Era o confronto dos líderes da Série B, mas o que se viu neste sábado, numa Fonte Nova com quase 55 mil pessoas, foi um grande desequilíbrio. O Bahia realizou uma partida praticamente impecável e não encontrou maiores dificuldades para despachar o Náutico por 3 a 1 (podia ser mais) e assumir a ponta da tabela pela primeira vez no certame – e no momento certo.
Após as devidas homenagens ao ídolo e arqueiro reserva Emerson (que ontem completou 33 anos) e aos tricolores Ricardo e Formiga (medalhistas olímpicos em Atenas), o time de Vadão começou a mostrar seu futebol. Ditou o ritmo do jogo desde o início, exercendo uma marcação por pressão na saída de bola adversária, além de variar o repertório, não dependendo apenas do maestro Robert.
Isso, aliado ao incentivo das arquibancadas, tornou o Esquadrão absoluto em campo. Sem falar que a sorte também estava do nosso lado, já que a melhor chance da etapa inicial saiu dos pés do meia improvisado no ataque Gil Baiano, atual camisa 10 timbu e ex-Bahia. Ele chutou forte e cruzado, no cantinho, porém a bola raspou a trave de Márcio.
Do outro lado, o goleiro assistiu a Neto Potiguar avançar pela esquerda e ser desarmado. Recuperaram a posse e lhe entregaram novamente. Desta vez o jovem atacante não perdoou: mostrando sua habilidade, passou por dois e tocou para trás, na chegada de Henrique, que bateu de trivela e abriu o placar, aos 42 minutos. A Nilson, restou somente lamentar o pequeno desvio de seu defensor.
Intervalo animado para a torcida, que logo aos 5 do segundo tempo voltou a soltar o grito de gol. Robert cruzou da intermediária, ninguém cortou e Cícero, livre na pequena área, cabeceou para as redes. Tinha que ser dele, o único que a galera vinha vaiando.
Na seqüência, os pernambucanos assustaram através de um chute de longe que acertou o poste. Mas a partir daí só deu Bahia, que aproveitou os espaços oferecidos pelo alvirrubro e explorou os contra-golpes. O baixinho Kuki já não exercia perigo – diferentemente dos donos da casa.
Roubando muitas bolas e saindo em velocidade, o Tricolor desperdiçou inúmeras oportunidades de ampliar o marcador. Até que aos 37 minutos, depois de uma ótima subida ao ataque do zagueiro Leonardo, Potiguar recebeu da direita, teve tranqülidade para ajeitar e, de peito de pé, assinalou seu oitavo tento no certame – fazendo explodir de vez o caldeirão denominado Octávio Mangabeira.
A festa foi algo sensacional, de arrepiar inclusive o mais fanático torcedor. Mesmo com o estádio balançando, o Náutico diminuiu o escore aos 43: Vital cruzou da esquerda e o centroavante Mendes, filho do radialista Sílvio, testou para o fundo da meta. Nada, entretanto, capaz de estregar a delirante comemoração da mais fiel e apaixonada legião de fãs do país, que nos acréscimos não liberou o famoso grito de olé.
Com o resultado, o Esquadrão de Aço manteve a escrita de jamais perder para o Timbu em Salvador. Faltam somente três rodadas e, na próxima, a equipe encara o Caxias, daqui a uma semana, no interior gaúcho.
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