A matéria abaixo, assinada por Luiz Teles, encontra-se na edição desta terça-feira do jornal Correio da Bahia. Vale a pena reproduzir:
“Se montarem um time bom, a torcida paga”. Quem nunca ouviu esta frase sair da boca de um torcedor de futebol? Só que a realidade não é bem esta. De 2003 para 2004, o Bahia diminuiu em quase 40% sua folha, e mesmo com os tricolores dando show nas arquibancadas, as rendas dos jogos são suficientes apenas para que o clube tenha amenizado seus prejuízos por estar disputando a Série B do Campeonato Brasileiro.
“Após a partida contra o Náutico, um repórter de São Paulo me ligou e afirmou que pelas rendas estava sendo um bom negócio para o Bahia disputar a Série B. Ele está enganado, mas o que posso afirmar é que o apoio que estamos recebendo dos torcedores, que é fruto também dos nossos progressos dentro e fora de campo, tem sido suficiente para que não sintamos nos nossos cofres o grande desnível de orçamento entre disputar a primeira e a segunda divisão”, disse o superintendente do Bahia, Miguel Kertzman.
Em quatro meses de Série B, o Bahia arrecadou R$ 2.001.380 em seus jogos em Salvador, levando para casa R$ 1.184.519 em renda líquida, após dedução de taxas e encargos. O valor é suficiente para cobrir a folha de profissionais nesses quatro meses (de aproximadamente R$ 300 mil mensais), mas somando-se as despesas operacionais do clube (R$ 200 mil) e o pagamento de encargos e impostos (R$ 300 mil), falta muito ainda para que a torcida banque o futebol do clube. Tudo isso ainda sem contar as dívidas (e seus juros) contraídas pelo tricolor nos últimos anos.
“Nosso orçamento para 2004 prevê um déficit de R$ 2 milhões, que terá que ser coberto com outras receitas, como a venda de jogadores, por exemplo. Prevíamos um público médio de 22 mil para a Série B, e como estamos em 26 mil, essa diferença positiva vai nos ajudar. Podemos melhorar ainda mais se conseguirmos aumentar a capacidade da Fonte Nova para as finais”, avalia Kertzman, que informou que a CBF está revendo a medida de 50cm de espaço na arquibancada por espectador, considerada elevada pela diretoria.
Caso esse número caia para 40cm, a capacidade do estádio será elevada em 20%. “Se conseguirmos um público máximo nestas partidas, teríamos mais R$ 200 mil mensais em nossa contabilidade”, prevê o superintendente. Kertzman diz ainda que, na prática, a renda tem sido essencial para manter os salários dos jogadores em dia. “Temos um acordo com os atletas de pagarmos sempre após o dia 15, que é quando recebemos a cota de televisão do Clube dos 13. Mas é a renda que sobretudo tem nos ajudado a quitar esse compromisso”, conclui.
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