O Bahia não teve competência e vai ficar pelo menos mais um ano na Série B. O Tricolor de Aço perdeu a invencibilidade na Fonte Nova, exatamente quando mais precisava ganhar, no jogo decisivo contra o Brasiliense, por 3 a 2. O Fortaleza fez o dever de casa e venceu o Avaí por 2 a 0 no Castelão, garantindo o retorno para a primeira divisão um ano depois de cair junto com o Bahia.
Assim como no jogo contra o Cruzeiro, na última rodada do Brasileirão 2003, o Bahia atrasou o início da partida, tentando tirar alguma vantagem disso. O Tricolor de Aço até que começou o jogo determinado a conquistar a vitória. Logo no primeiro minuto de jogo, Neto Potiguar perdeu uma boa oportunidade de gol. Depois de um cruzamento de Cícero, ele ficou de cara para a meta, livre de marcação, mas tentou dominar e concluiu fraco, para o goleiro Donizeti espalmar e a bola sair rente à trave.
Aos 6min, um lance polêmico. Neto Potiguar driblou o primeiro zagueiro e foi barrado pelo segundo dentro da área, mas o árbitro Paulo César de Oliveira errou e mandou o lance seguir. O Bahia pressionou nos primeiro momentos, mas depois a partida ficou equilibrada. Aos 21min o Brasiliense levou um susto. Depois de cruzamento de Robert, Val Baiano cabeceou para trás e quase marcou contra.
Aos 30min o Bahia perdeu uma peça importante. O volante Neto sofreu uma entorse no tornozelo esquerdo e foi substituído pelo atacante William. O time ficou com o meio-campo aberto e o Brasiliense começou a gostar do jogo. Aos 31min Val Baiano ficou de cara para o gol e chutou fraco para fora. Ainda no primeiro tempo, o árbitro deixou de marcar outro pênalti para o Esquadrão quando Ari foi derrubado por um zagueiro do Brasiliense.
O placar só tirou o primeiro zero aos 40min, depois de cruzamento para trás de Neto Potiguar pela ponta esquerda e complemento de William. Com o resultado, o Bahia estaria classificado, já que o jogo do Castelão estava Fortaleza 1 x 0 Avaí. Mas a vaga voltou para o Avaí aos 46min do jogo do Bahia. Pênalti de Ari sobre Wellington Dias, que ele mesmo cobrou e levou o empate para o vestiário.
O Tricolor mais uma vez demorou de subir a campo e passou quase 25 minutos no vestiário, tendo sido chamado três vezes pelo quarto árbitro. O resultado de tal atitude infantil foi que o Bahia começou o segundo tempo com o time muito apático e desconcentrado. Apesar de tomar a iniciativa do jogo, o Tricolor não passava confiança ao torcedor que pedia raça ao time. O Esquadrão foi atrás da vitória, mas levou um castigo aos 22min. Depois de uma troca de passes, Possato não recebeu combate e cruzou para Fabrício chutar de primeira de dentro da área para virar o jogo.
A torcida calou-se na arquibancada e muitos tricolores já deixavam a Fonte Nova. O Bahia não se movimentava em campo, apesar de ter praticamente quatro atacantes. Os laterais não faziam ultrapassagem e quando Ari chegava à linha de fundo, ao invés de cruzar, tentava o chute direto. Para a felicidade momentânea do torcedor, o empate veio aos 30min quando Igor acertou um chute forte no canto esquerdo do goleiro Donizeti. A essa altura, uma vitória garantiria a vaga para o Bahia, já que o Fortaleza vencia o Avaí por 1 a 0.
Mas não deu nem tempo de esboçar uma virada. Aos 33min, num escanteio pela esquerda da defesa tricolor, Márcio pedia desesperadamente para alguém marcar o zagueiro Jairo, do Brasiliense, que estava sozinho na área. Wellington Dias bateu fechado, a zaga não chegou, Márcio não saiu, Jairo tentou desviar, mas o gol foi olímpico (!!!), selando o caixão azul-vermelho-e-branco. A partir daí a revolta tomou conta das arquibancadas. Rádios eram quebrados no chão, camisas rasgadas e até brigas. Muitos torcedores pareciam não acreditar no que viam.
O meia Luís Alberto, que entrara até bem na partida no lugar do contundido Rodriguinho, não agüentou a pressão, e depois de algumas tentativas foi expulso de campo, complicando ainda mais a situação do Tricolor. No fim do jogo, já com boa parte das arquibancadas vazias, o Bahia ainda ouviu sua própria torcida gritar olé para o adversário. O Fortaleza ainda ampliou contra o Avaí e garantiu a segunda vaga.
Ao final de tudo, de nada valeu ter um time que tinha até uma boa qualidade, mas que na hora H, tremeu frente aos adversários. Em 18 pontos disputados na terceira fase, o Bahia conseguiu a façanha de só conquistar 5, com três derrotas (o único a perder em casa), dois empates e apenas um triunfo, terminando a fase na LANTERNA. Em 2005, o apaixonado torcedor tricolor, líder de renda e público em todo o país, mais uma vez terá que torcer pela volta do clube à elite do futebol brasileiro.
A Tarde On Line (Adaptado)
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