O mais recente clássico disputado na Fonte Nova ocorreu no dia 11 de abril do ano passado, pelo jogo de ida da final do Estadual. Como absurdo, muita gente ficou do lado de fora, passando o Domingo de Páscoa na turma dos “sem ingressos”. No total, mais de 51 mil pessoas estiveram no estádio e a motivação era grande – algo infelizmente bastante diferente do que vemos hoje. A semelhança é que a escalação de Allyson na zaga tricolor foi a grande novidade da equipe, que entrou num criticado 3-5-2.
Mas apesar de a modificação não ter sido bem recebida pela torcida, não é que ela deu certo? Vadão montou uma tática elogiada pela imprensa e que, embora parecesse, não se mostrou retranqueira. Supersticioso, o Bahia usou seu uniforme nº 2, já que no primeiro BA-Vi da temporada, também no Octávio Mangabeira, derrotou o rival usando o padrão listrado.
Só que mesmo jogando melhor e desperdiçando inúmeras oportunidades, a equipe ficou no empate em 1 a 1, não conseguindo reverter a vantagem adversária. O gol do Esquadrão aconteceu aos 36 minutos de etapa inicial e deixou todos boquiabertos: em seu único bom momento pelo clube, o veterano Galeano valeu-se de um rebote da zaga (após passe de cabeça de Neto), deu uma bicicleta e mandou a bola para a rede, abrindo o placar. Êxtase nas arquibancadas. Torcedores de ambos os lados chegaram a ser socorridos pela emoção provocada.
O segundo tempo começou com volume de ataque mais alto. Nesta intensidade, não tardou o segundo tento do jogo, o de empate do Vitória. Logo aos 4, Cléber entregou para Obina, que encobriu Márcio. A igualdade perturbou o Bahia, que se desesperou. Nesta pressão, só não marcou porque Juninho defendeu três tiros de Daniel Mendes e Robson, entre os dez e os 20 minutos.
No final da partida, o Tricolor assustou novamente, aos 38, após cabeceio de Ari, mas a bola bateu na trave – no rebote, Danilo chutou para fora. Aos 46, Juninho brilhou de novo, segurando uma cabeçada de Valdomiro. Encerrado o duelo, até o presidente rubro-negro Paulo Carneiro admitiu que o oponente merecia ter vencido (notem a ironia do destino):
“O jogo foi difícil. O problema é que nossos jogadores menosprezaram o adversário só porque é da Segunda Divisão. Eu falei que isso não poderia acontecer, mas aconteceu. Vocês viram o quanto esses meninos de Segundona correram? O Bahia até mereceu ganhar pelo que fez no segundo tempo, mas time de segunda é assim mesmo, não aproveita quando tem chance”.
BAHIA 1×1 VITÓRIA
11/04, 17h00
Local – Fonte Nova, Salvador-BA
Bahia – Márcio, Neto, Valdomiro e Allyson; Neném, Henrique, Galeano (Ari), Danilo e Elivélton; Robson (Ernane) e Daniel Mendes (Marcão). Técnico: Oswaldo Alvarez
Vitória – Juninho, Pedro (Carlinhos), Marcelo Heleno, Adailton e Paulo Rodrigues; Vinícius, Vampeta, Cléber e Edílson; Gilmar (Xavier) e Obina (Enílton). Técnico: Agnaldo Liz
Gols – Galeano (36min do 1º tempo) e Obina (4 do 2º)
Árbitro – Sálvio Spínola Fagundes Filho (SP)
Cartões amarelos – Neto e Henrique (Bahia); Marcelo Heleno, Juninho e Adailton (Vitória-BA)
Renda – R$ 362.587,50 / Público – 49.115 pagantes
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