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Samuel Celestino publica resposta de Pithon a MG

Notícia
Historico
Publicada em 27 de abril de 2005 às 11:52 por Da Redação

Intitulada “O grande discurso de Lula”, a coluna desta quarta-feira (27) do conceituado articulista Samuel Celestino também fala sobre o Esquadrão de Aço. Confira as linhas em questão, retiradas do jornal A Tarde:

Foto: A Tarde On Line“Do ex-presidente do E.C.Bahia, Antônio Pithon, recebi o seguinte e-mail em resposta ao atual presidente do clube, Marcelo Guimarães:

“Ao longo dos últimos sete anos e meio, após ter-me afastado da presidência do Esporte Clube Bahia, optei pelo silêncio, respeitando o trabalho dos atuais dirigentes e torcendo pelo êxito do clube longe dos estádios. Porém, após a leitura da carta que o atual presidente enviou à sua coluna, senti-me na obrigação de esclarecer algumas verdades, em respeito aos seus incontáveis leitores e à grandiosa torcida do Bahia. Respondo às afirmações irreais e desrespeitosas do atual presidente, transcrevendo trecho de um documento da Ligafutebol S.A. intitulado “Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis da Controladora e Consolidadas”:

“Considerando a tendência de profissionalização da administração do futebol no Brasil, em 1998, o Esporte Clube Bahia e a Ligafutebol SA , concluíram os entendimentos objetivando estabelecer uma associação para constituir a empresa Esporte Clube Bahia SA. Como parte dos termos dessa associação, o Esporte Clube Bahia, sociedade civil, integralizou, no exercício de 1998, a sua participação com os créditos decorrentes da transferência de atestados liberatórios de todos os seus atletas, cujo montante líquido, depois de deduzidas as dívidas de curto prazo estimada em dois milhões e novecentos mil reais, conforme estabelecido no protocolo de intenções, foi avaliado em seis milhões de reais”. Baseando-se neste documento, como podem falar, irresponsavelmente, em 14 milhões de dólares? E qual será a dívida de curto prazo atual?

Assumi a presidência do Bahia em Julho de 1996 às vésperas do início do campeonato brasileiro, entregando-me a um desejo antigo, que sempre me perseguiu, de transformá-lo num clube expressivo, moderno e profissional. Naquele momento, a situação já era de muita dificuldade, caso contrário, com certeza, não me entregariam a presidência.

Em apenas dezesseis meses de trabalho realizamos o que foi possível. Juntamente com o nosso diretor de marketing, o professor e empresário Oscar Santiago, fechamos com a Hyundai o mais importante patrocínio já realizado na história do clube, além de renovarmos contrato com a Penalty. Com a diretoria de patrimônio iniciamos as obras de recuperação do Fazendão e do Ginásio de Esportes, além de instalarmos a sede administrativa em um prédio de três andares em Ondina. Com o Departamento de Comunicação e de futebol, no entanto, cometi os grandes erros da minha gestão quando, pressionado, afastei Nestor Mendes Jr e Edmundo Pedreira Franco, o diretor que, mesmo diante de tantas dificuldades, conseguiu manter o Bahia na primeira divisão. Desde então, o Departamento de Futebol foi entregue ao grupo que hoje comanda o clube e que, além de levarem o Bahia à segunda divisão em 1997, trabalharam traiçoeiramente pelo meu afastamento.

A partir daí, essas pessoas iniciaram um covarde e avassalador ataque à minha pessoa, tentando denegrir toda a integridade, não de um dirigente esportivo, mas de um ser humano. Tentaram, inutilmente, atingir a minha moral, a minha dignidade, o meu caráter, tudo o que eu havia plantado e deixado de exemplo para meus filhos. Desrespeitaram-me sem qualquer escrúpulo, com o mais baixo nível que se pôde atingir. Desprezaram, até mesmo, a minha história dentro do Bahia e do futebol baiano. O quanto fiz por este clube, deixando de lado, muitas vezes, a minha família e a minha empresa. A idealização, o projeto e a construção do Fazendão e do Ginásio de Esportes, além da revolução que pude realizar no futebol baiano, quando presidente da Federação. O trabalho sério que desempenhamos, levou-nos à CBF, ao CRD e ao CND, sempre recebendo o reconhecimento dos mais corretos dirigentes e jornalistas deste País.

Mas não são estas pessoas que hoje comandam o Clube que irão encurtar a minha relação com o Bahia. Em minhas veias continuará correndo o sangue azul, vermelho e branco. Quero dizer aos atuais dirigentes que não é sensato e ético tentarem justificar uma infeliz gestão, de oito anos, com inverdades. Se fizeram de tudo para me ver longe do Bahia, que assumam os resultados negativos alcançados e nunca antes vividos. A Torcida do Bahia é dócil, fiel e apaixonada pelo seu clube, mas também é lúcida, tem boa memória e clama por mudanças. Cordialmente, Antônio Pedreira Pithon”.

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