Valdomiro conta que forçou cartão para atuar na FN

Principal atração da partida deste sábado, o zagueiro Valdomiro confessa que estava louco para enfrentar o ex-clube e aproveitar para matar saudade da família em Salvador. Confira a entrevista concedida pelo atleta ao jornal Correio da Bahia, afirmando ainda não possuir mágoas de ninguém no Fazendão, elogiando a torcida tricolor e agradecendo o apoio dos dirigentes:

Você esteve no Flamengo, teve passagem pelo futebol da Coréia do Sul e agora está no Santo André. Foi boa essa mudança de ares?
Eu já tinha muito tempo de Bahia. Queria mudar um pouco de ares mesmo. Foi bom para mim. Mas, ao contrário do que andaram dizendo, eu não tenho mágoa do Bahia. Já tive muitas alegrias ao lado dessa torcida. Por que eu vesti, de verdade, a camisa do Bahia.

Você saiu daqui meio desacreditado e agora é titular de um dos melhores clubes da Série B. Como você vê isso?
Eu não acho que tenha saído do Bahia desacreditado. A torcida me aplaudiu muito mais do que me vaiou esses anos todos em que estive aí. Só tenho a agradecer a todos. Inclusive à diretoria do clube. Como falar mal de pessoas tão corretas como Marcelo Guimarães, Petrônio Barradas e Paulo Maracajá? Aliás, por eles eu nem teria saído do Bahia.

Essa é a primeira vez que você vai enfrentar o Bahia. Qual a sensação?
Minha sensação é aquela de todo jogador que foi formado em um clube e vai jogar contra ele. Acho que é boa. Minha família toda é Bahia, mas eu acredito que sábado a torcida vai ser Valdomiro 100%. Que vença o melhor.

Tem gente por aqui comentando que não o escalaria para o jogo, pelo fato de você ter sido formado no Bahia…
Não (enfático). Comigo não tem esse tipo de coisa não. E minha formação, meu caráter, minha hombridade? Quando a pessoa perde o caráter não é mais nada. Eu sou profissional, quero jogar e vou fazer o melhor pelo Santo André. Ao contrário do que pensam, futebol não tem isso. Todo mundo entra sempre para vencer.

É verdade que você forçou o terceiro cartão amarelo contra o São Raimundo (18ª rodada) para estar à disposição do treinador para enfrentar o Bahia?
Verdade, forcei sim. Tava louco para jogar contra o Bahia e rever minha família em Salvador.

Como está o clima aí no Santo André?
Tranqüilidade total. O time está 100% classificado. Sou titular do time. Estou gostando muito daqui.

Esse clima pode ser bom para o Bahia?
Quero avisar que não tem isso de relaxar. Todo mundo aqui só entra em campo para ganhar. Até por que nessa reta final está todo mundo de olho. Tem televisão, olheiro de time da Série A. Todo mundo quer mostrar a cara, quem sabe conseguir uma transferência.

Você já recebeu proposta de alguma clube da Série A esse ano?
Já, mas preferi continuar o trabalho aqui. Era time que ia brigar, no máximo, pelo meio da tabela. Preferi esperar um pouco mais. Só não vou citar a equipe por que acho que isso não tem nada a ver.

Você fez apenas dois gols no campeonato. Se você marcar contra o Bahia, pretende comemorar?
Não. Tenho muito respeito pelo Bahia e pela torcida. Se eu fizer gol, não vou comemorar.

Como você analisa esse contraste entre as campanhas de Bahia e Santo André?
Fico muito triste. O Bahia é um time muito grande, com uma torcida maravilhosa, com uma estrutura para treinar. Um bicampeão brasileiro não pode brigar para não cair para a terceira divisão. Isso é a desvalorização do futebol baiano, principalmente por que o Vitória também está com dificuldades para se classificar. O pessoal aqui não dá espaço para o futebol do Nordeste não. A gente tem que se impor. O Bahia com a folha de pagamento que tem… muito maior que a do Santo André. Aí tá cheio de jogador conhecido, experiente…tem que pensar que na terceira divisão acaba tudo: TV, patrocínio…

Você tem contrato com o Bahia até quando?
31 de abril de 2006.

Pretende voltar?
Agora eu tô pensando no Santo André e, quem sabe, numa transferência para um clube de Série A.

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