Bahia e Paulista tiveram seus destinos cruzados e, daqui a pouco, pela última rodada da Segundona, fazem o “duelo da morte” no Estádio Jaime Cintra, em Jundiaí. O jogo pode ser encarado como uma decisão de título às avessas. Quem perder, estará inexoravelmente na Série C do Nacional. Se o jogo terminar empatado, os times correm o risco de morrerem, juntos, abraçados. A situação é tão dramática que até a imprensa se encontra desesperada – confira texto da edição de hoje do jornal Correio da Bahia:
“A Bahia esportiva veste azul, vermelho e branco e torce fervorosamente para o Tricolor escapar do inferno da Terceira Divisão, o que seria uma mancha inédita na história do futebol do Estado, uma tragédia não apenas para os torcedores, mas também para as equipes de esporte dos jornais, das emissoras de rádio e TV, e para os funcionários e jogadores das divisões de base. Afinal, se a segundona já não é lá grande coisa, imaginem a Série C, que é terra de ninguém, na qual a CBF investe muito pouco (no máximo passagens e hospedagens das agremiações). Um campeonato que em 2006 começará depois da Copa do Mundo da Alemanha, com 64 clubes (muitos inteiramente desconhecidos) sem recursos de cota de TV ou de grandes patrocinadores.
Deus nos livre da terceirona, uma divisão onde, até para se ter notícias, é difícil (tentem achá-las na internet, por exemplo). Se hoje ainda se assiste às partidas de seu time pela TV (canal fechado), na Série C nem pensar. Fotos dos jogos nos jornais? Que dificuldade. As nossas fiéis e tradicionais emissoras de rádio terão sérios problemas para acompanhar e transmitir as partidas.
A Série C é o submundo do futebol, onde a única vantagem é que é o fundo do poço, ou seja, não há mais para onde descer, por mais incompetentes que sejam as equipes. Neste torneio dos Luverdenses, Vilas Auroras, Abaetés, Baraúnas, Cianortes, Adaps, Grêmios Coarienses e Coruripes da vida, de campos com muito pouca grama, onde a bola pula mais do que rola, os atletas sabem o que é sofrimento. É quase a vida do futebol de várzea, lavando e passando o próprio uniforme, massageando os próprios machucados, viajando centenas de quilômetros no “lombo” de um ônibus de carreira, jogando na base do vale (devo não nego, pago quando puder).
Leia também: Bicampeão brasileiro defende 74 anos de tradição
Clique aqui para saber tudo sobre o Campeonato Brasileiro 2005
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.