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“É mais fácil ser eleito governador”, conta Nestor

Notícia
Historico
Publicada em 15 de setembro de 2005 às 13:32 por Da Redação

Confira abaixo matéria desta quinta-feira do jornal A Tarde. A Associação Bahia Livre, atualmebte presidida por Ivan Carvalho, adiantou ontem na FM 104 que não lançará candidato para o próximo pleito tricolor.

“Desesperança e perspectivas fúnebres para o futuro do Bahia. Esse é o estado de espírito da ala oposicionista tricolor. O rebaixamento para a Terceira Divisão nacional deixou de crista ainda mais baixa integrantes do grupo contrário aos atuais comandantes do clube. O pensamento predominante é de pessimismo sobre possibilidades de alteração do quadro.

Uma das vozes mais ativas da oposição, o jornalista Nestor Mendes Jr. fala que o Bahia está em processo de destruição. Sua maior preocupação diz respeito ao comportamento da torcida frente ao descenso. “Há um clima de letargia popular, causado pela falta de reação dos dirigentes para conter a crise. À medida que o torcedor não vê essa resposta, vai abandonando o clube”.

Nestor Mendes pondera que a saída de toda a atual direção é o primeiro passo para reverter a situação. “Isso inclui Paulo Maracajá. Ele disse que estava longe do clube desde 2003, mas esteve presente no lançamento das camisas novas e naquele acordo com a Catuense, este ano. Ele continua mandando”, enfatiza, ignorando a presença de Petrônio Barradas como presidente interino.

Para o jornalista, somente a promoção de eleições diretas para a presidência pode estimular a captação de novos sócios, potencial fonte de renda. “Mas o torcedor não sente credibilidade nos atuais donos do poder, logo não se associa. Não vejo disposição desse grupo em largar o osso. Ao contrário, querem continuar”.

Por falar em eleições, Nestor Mendes não confirma sua candidatura. Ele condiciona a apresentação de seu nome à possibilidade de o sócio votar. “Quando fui candidato, na eleição fantasiosa de julho, não tive acesso à lista dos conselheiros. É mais fácil ser eleito para governador que presidente do Bahia. Para o governo, pelo menos, há regras claras”.

BOICOTE – Outros oposicionistas tricolores demonstram mesmo sentimento pessimista. É o caso do professor Edmundo Franco, vice-presidente de Futebol em 96, na gestão de Antonio Pithon. Ele até adverte quem pensa em assumir o poder no próximo pleito: “Não adianta concorrer, pois o Conselho é dominado por Marcelo Guimarães e Paulo Maracajá. Quem for contra eles, perde”.

Para a oposição chegar à presidência, ressalta Franco, só com a mudança dos estatutos do clube, convocando diretas. Mas, segundo ele, o grupo dominante não tem essa intenção. “Tentamos duas vezes. Na primeira, alegou-se piora da saúde do ex-presidente Osório Villas Boas, que ainda estava vivo. Em outra, a desculpa foi um mal-estar de Marcelo Guimarães. Então, enterraram o assunto”.

Questionado sobre o insucesso da administração Pithon, Franco alega que houve boicote. Segundo suas palavras, pessoas ligadas a Maracajá e o próprio ex-presidente teriam dificultado a contratação de jogadores, telefonando para dirigentes amigos em outros clubes. “O objetivo era inviabilizar a oposição no poder. Seria negativo para eles se a gente desse certo”.

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