Texto retirado da coluna “Gol de Placa”, publicado pelo articulista Oscar Paris na edição desta sexta-feira do jornal A Tarde:
“MIREM-SE NO EXEMPLO
Não foi por falta de aviso. Bato na mesma tecla faz tempo. O Bahia respira com a ajuda de aparelhos. E que os fanáticos de plantão não venham dizer que sou exageradamente catastrófico, que é apenas uma má fase e que a volta por cima é questão de tempo.
Tudo mentira. O Bahia está literalmente à beira da morte. Um bando de dirigentes incompetentes e irresponsáveis está conseguindo o que parecia impossível: acabar com o clube de maior torcida do Nordeste. Uma das maiores do País.
O pior é que os cartolas perderam a vergonha. A eliminação na primeira fase da Copa do Brasil, diante do Ceilândia, sequer altera a rotina do clube que, dia após dia, vai se acostumando com as sucessivas pancadas.
Aposto que nem mesmo as críticas, que agora brotam de todos os lados, doem nos ouvidos do presidente, do diretor de Futebol, do supervisor e de todos aqueles que fazem parte da corte tricolor.
Com a arrogância típica dos ignorantes encastelados, eles desprezam tudo o que ouvem. Julgam-se abnegados e os únicos em condições de recuperar a força e a moral de um clube que eles próprios tornaram pequeno.
É triste ver garotos que, há bem pouco tempo, eram as maiores esperanças do Bahia ser fritados de uma hora para outra. Sem referência e sem tempo para amadurecer, fizeram o possível, correram e suaram a camisa. Só não conseguiram cumprir a dificílima tarefa de livrar a cara dos verdadeiros culpados pela tragédia.
E pensando nisso, faço um apelo sincero a esses dirigentes que dizem amar o Bahia. Repitam o gesto do ex-presidente do Real Madrid. Não lembro o nome do sujeito, mas não esqueço a nobreza de sua atitude.
Ao perceber que estava no lugar errado, agradeceu a oportunidade, pegou o boné e foi cuidar da vida bem longe do Santiago Bernabeu. Esta é a única maneira de vocês, dirigentes tricolores, manter um mínimo de dignidade.
Qualquer outro gesto ou discurso é perda de tempo e papo furado. Ninguém acredita em nada do que vocês dizem ou fazem. Um último alerta: se o Ceilândia pode fazer festa na Fonte Nova, o Colo-Colo também pode…”.
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