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R. Bastos: “Estamos prontos para o que der e vier”

Notícia
Historico
Publicada em 21 de agosto de 2006 às 05:02 por Da Redação

Entrevista da edição de hoje do jornal Correio da Bahia:

“O carioca Rafael Bastos chegou à base do Bahia em 2000, proveniente do Angra, clube do Rio de Janeiro, confiante em conseguir sucesso na carreira de jogador de futebol. Promovido aos profissionais no início do ano pelo técnico Luiz Carlos Cruz, o meia-atacante é uma das referências da equipe e ganhou destaque por passes, cobranças de falta e gols. Aos 21 anos, o jogador fala sobre propostas, momento pessoal, do clube e da Série C do Campeonato Brasileiro.

CORREIO DA BAHIA – O Bahia tem conquistado vitórias sofridas, mas o grupo alega que o importante são os três pontos. É por aí?

Rafael Bastos – A última vitória (contra o Coruripe) foi mesmo sofrida e aqui no Bahia está sendo sempre assim, com muita dificuldade. Porém, valeu a vontade, a garra do grupo e, graças a Deus, fomos premiados no final do jogo com um gol e com os três pontos.

CB – Por falar em dificuldade, mais uma vez aconteceu reunião para definir a questão dos salários atrasados. Você já vive essa situação desde o início do ano, já que é um dos que está no grupo desde o início da temporada. Como é conviver com isso?

RB – A diretoria passa sempre para o grupo que a questão do dinheiro está difícil, mas está sendo solucionada. Eles estão se esforçando para acertar tudo. Sabemos que só as vitórias e o nosso trabalho vão ajudar. A torcida comparecendo à Fonte Nova vai ajudar a pagar os jogadores e, com fé em Deus, levaremos o Bahia à segunda divisão, tirando o time dessa situação.

CB – O problema não acaba mexendo um pouco com a cabeça do grupo, não atrapalha os jogadores no momento de mostrarem seu melhor futebol?

RB – Olha, o grupo está fechado, está unido. Todos nós conversamos isso: só nós podemos tirar o clube dessa situação. Estamos trabalhando forte. Você vê a gente trabalhando dois turnos mesmo com os salários atrasados. Acho que o importante agora é manter essa pegada que vem dando resultado.

CB – Quando se fala em dinheiro ou na forma de ganhar dinheiro, volta e meia é lembrado o nome do Rafael Bastos numa possível negociação. Essa semana tornou a surgir informação de que um grupo de empresários estaria interessado em adquirir seus direitos federativos. O que chegou a você quanto a isso?

RB – Para mim não passaram nenhuma informação ainda. Já surgiram várias notícias de São Paulo, de vários clubes grandes, mas não comentaram nada comigo, não chegou nenhuma proposta oficial. Então, estou tranqüilo, trabalhando e pensando só na terceira divisão. Quero pensar no Bahia e ajudar o grupo a sair dessa situação. O importante agora é voltar à segunda divisão.

CB – Você vinha sendo um dos destaques da equipe no Campeonato Baiano, mas no início do Brasileiro deu para perceber uma queda no rendimento. Existe alguma ansiedade?

RB – Acho que isso é normal. A gente sempre espera trabalhar forte e corresponder, mas não dá para estar sempre bem, senão até estaríamos numa situação melhor. Eu venho trabalhando. Jogo bem, jogo mal, mas pretendo manter a regularidade nos próximos jogos.

CB – A respeito das constantes mudanças no meio-de-campo, você já jogou com Gil, Elias, Alessandro Azevedo e Salvino. Atrapalha ter um parceiro diferente a cada jogo?

RB – Acho que não. Todos que você citou são grandes jogadores. Eu procuro me esforçar ao máximo com qualquer companheiro, até para ajudar cada um a encontrar seu espaço, se firmar e também me ajudar dentro de campo.

CB – Todo o mundo sabe que o Bahia tem uma torcida fiel e exigente. Nesses momentos de dificuldade, os atletas da base são os mais cobrados?

RB – Com certeza. No jogo contra o Coruripe pegaram bastante no pé do Denílson, que é da base como eu. Isso já é constante. A gente já viu o Cícero ser vaiado aqui e hoje, no Figueirense, é um grande jogador. Vem se destacando. A gente até pede para a torcida nos ajudar e nos apoiar. Viemos do sofrimento da base, do time júnior, do juvenil e passamos por todas as dificuldades até chegar aos profissionais. Agora, nós estamos dando o nosso melhor para tirar o Bahia dessa situação.

CB – Esse ano você também teve alguns técnicos diferentes. Trabalhar com diferentes métodos e profissionais ajuda no seu crescimento como jogador?

RB – Com certeza. O Mauro Fernandes mesmo me ajudou muito. Foi como um pai aqui no Bahia para mim. Conversava muito comigo, me dava conselhos. E não só ele. Cada um que passa dá sua contribuição. O professor Charles mesmo vem sempre conversando comigo, querendo sempre o meu melhor. O (Luís Carlos) Cruz me trouxe da base. Então, eu agradeço a todos. É assim mesmo. No futebol, a gente trabalha com muitos técnicos e cada dia aprende um método melhor para trabalhar.

CB – Agora, também tem o aspecto negativo. Você ainda não guardou posição esse ano. Já jogou como terceiro homem de meio-de-campo, peça de ligação e até atacante. Qual a posição em que você se sente mais à vontade, mais confortável em campo?

RB – Eu jogo de quarto homem, mas o que o professor me pedir eu vou fazer. Estou me esforçando ao máximo para ajudar a equipe, seja como terceiro homem, de atacante ou na minha real posição. O importante é estar em campo e ajudar o Bahia.

CB – Falando de Série C, essa é uma competição em que o Bahia sempre entra com a obrigação de vencer, seja contra quem for e onde for, até pela sua história e tradição. É mais complicado ser sempre o favorito?

RB – Acho que é mais difícil ter que entrar sempre para vencer. Como você falou, o Bahia é um time grande, de tradição e tem sempre essa pressão de entrar, vencer e fazer grandes jogos. Mas nós estamos com o pensamento só de levar o clube à segunda divisão. Não importa se jogando bonito, jogando feio. o importante é vencer.

CB – Nesses oito primeiros jogos, o que deu para perceber como característica da Série C? Que virtude uma equipe precisa acima de todas as outras para se dar bem nesse tipo de competição?

RB – A equipe tem que ter muita vontade, muita garra e saber que sempre vai jogar contra tudo e contra todos. São os juízes, campos ruins, bandeirinhas da casa. Essa terceira divisão tem sido uma lição para os mais novos e até para quem é mais experiente. Alguns que já jogaram a primeira divisão dizem que quem joga a terceira, joga a primeira fácil.

CB – Vocês estavam preparados para tudo o que estão enfrentando, esses problemas com arbitragem, estado dos gramados, pressão da torcida adversária e tudo o mais?

RB – A gente já vinha conversando sobre tudo isso na pré-temporada. Sabíamos que ia ser difícil, com gramado ruim, bandeirinha, juiz etc. Acho que a gente já estava preparado, mas estamos aprendendo mais ainda. A cada fase, a coisa vai piorando. Não tem televisão, os jogos não estão sendo transmitidos, então os juízes metem a mão mesmo. Na Paraíba (contra o Treze), foram marcados dois pênaltis que não aconteceram. A gente sabe que a cada fase as dificuldades vão aumentando, mas estamos prontos para o que der e vier nessa caminhada”.

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