Anunciada com pompa e circunstância pela diretoria, que acreditava ter atingido ali o ápice da democracia (pouco antes da eleição do presidente Petrônio Barradas), a reforma estatutária do clube empacou de vez. O mundo avançou nos últimos 25 anos. O regimentou do Bahia, que data de 1981, não. O prazo para conclusão da atualização das leis internas do Tricolor era 30 de novembro de 2005. Passou para 31 de janeiro de 2006. E, até hoje, nada.
Iniciada numa reunião, em 12 de outubro, a reforma completou um ano de morosidade no último Dia das Crianças. As três sub-comissões despacharam seus relatórios preliminares no longínquo 24 de novembro. Dali em diante, decorreram-se meses de estagnação.
Insatisfeito com o marasmo reinante, ainda em fevereiro o diretor de produção do ecbahia.com.br, Marcelo Barreto, um dos 24 nomes da relação (composta em sua grande maioria por representantes da situação), entrou em contato com o relator do grupo, Rui Cordeiro, e tomou um susto. Segundo o então vice-presidente social do clube, ele havia se afastado de ambas as responsabilidades e já teria comunicado isso aos cartolas.
O engenheiro, que surpreendeu a todos ao ser convidado para a cúpula azul, vermelha e branca, tendo em vista a sua história ligada à oposição, alegou motivos particulares e profissionais, declarando que tem vivido a maior parte do tempo fora de Salvador. Questionado sobre o assunto, o secretário-geral da comissão, Marco Costa, que acumula a vice-presidência de marketing tricolor, retrucou que o Bahia ainda não havia recebido nada oficialmente nesse sentido.
ENGESSADA – Logo na primeira reunião reformista, ficou definida a criação de três sub-comissões para analisar o Estatuto – uma Institucional (encarregada dos artigos 1 a 50), uma Social (51 ao 80) e uma Patrimonial/Financeira (89 a 117) – e se estabeleceu o dia 30/11 como prazo inicial para a conclusão dos trabalhos. Na época, o site chegou a disponibilizar um endereço eletrônico exclusivo – [email protected] – para a torcida mandar sugestões a serem colocadas em pauta nos encontros seguintes. E assim o fez.
Em matéria de em meados de janeiro do jornal A Tarde, o presidente do Bahia Livre, Ivan Carvalho, já estranhava: “De repente, ninguém falou mais nada. Tenho a impressão de que a comissão morreu”. Rui Cordeiro discordou, alegando que o calendário dificultou as reuniões: “Deixamos passar essas festas. O que atrapalhou foi Natal, Réveillon, Lavagem do Bonfim. O pessoal viaja, ficamos sem representatividade”. As promessas não foram cumpridas: “Segunda ou terça agora, vamos nos reunir novamente para ajustar as propostas”. Previa que até o final do mês nasceria o novo Estatuto. Quinze dias depois, haveria convocação para os conselheiros votarem as mudanças. Se aprovado, o documento seguiria para avaliação da assembléia geral…
E não obstante Cordeiro sempre argumentar que a realização de eleições diretas em 2008 é “ponto pacífico”, cresce a desconfiança da Nação Tricolor, que já acusa a convocação da reforma apenas como meio de minimizar a pressão que a diretoria vinha sofrendo pós-rebaixamento à Terceirona.
Leia também
Confira os participantes da comissão de reforma
Representante do site diverge dos das Organizadas
Conselho pode não aceitar modificações no Estatuto
Situação de vice-presidente é irregular, acusa ABL
Definidas as sub-comissões de reforma do Estatuto
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.