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Conselheiro do clube escreve texto contra protesto

Notícia
Historico
Publicada em 31 de outubro de 2006 às 09:43 por Da Redação

A tela de abertura do ecbahia.com.br, demonstrando nossa indignação pela situação caótica em que se encontra um outrora bicampeão brasileiro, não agradou a todos. O conselheiro Antônio Jorge Moreira Garrido, vice-presidente do Conselho Deliberativo do Bahia e diretor de futebol no segundo semestre do ano passado, não concordou com o teor imagem, que, para nós, retrata o sentimento da maioria esmagadora da torcida tricolor.

Ainda esperamos que algum milagre aconteça e o time consiga o acesso, queremos tanto quanto todos da própria cartolagem, mas o desastre do último sábado não poderia passar incólume pelo site. Confira o texto que recebemos:

“Exerci, com muito orgulho, nos anos de 1992 e 1993, a vice-presidência das divisões de base do ECBAHIA, quando o Sr. Paulo Maracajá era presidente. Conseguimos, todos nós que torcemos pelo Bahia, os títulos de octa e ênea campeões, ganhando oito turnos dos sete que disputamos, invictos, e nunca perdemos nenhuma partida naqueles dois anos para o nosso maior rival, o Vitória, que contava com Dida no gol, Alex Alves, Vampeta, Paulo Isidório e tantos outros craques que eles revelaram para o Brasil e para o mundo.

Assumi o cargo apenas com um jogador, pois havia acontecido o rompimento do Bahia com o Sr. Newton Mota e ele transferiu todos os jogadores para o Vitória.

Revelei, na minha gestão, craques como Reinaldo Aleluia (atual Ceará), Emerson (atualmente no Bahia, depois de jogar no exterior), Rodrigo Mineiro (Seleção Brasileira na época), Jorge Wagner, Robson Luiz, Clebson (antigo Itiubinha), Fabão, Marcão, os goleiros Washington e Zenga, que jogaram por muitos anos nos clubes de Recife, e tantos outros.

Dei minha colaboração sem nunca ter ganho um centavo sequer.

Mais recentemente, fui chamado para novamente trabalhar no final do Campeonato Brasileiro do ano passado, nos últimos sete jogos, quando ninguém com sã consciência aceitaria.

Aceitei, mais uma vez, sem olhar prejuízos, e sem ganhar nenhum centavo, olhando apenas o sofrimento da torcida, quando muitos deles ganham salário mínimo, outros vivem de biscates, deixam de comprar o leite das crianças mas não deixam de comprar seu ingresso para ver seu Bahia jogar e ganhar.

Estreei ganhando em Itu, fora de casa, fato que não ocorria há quase um ano e meio. Ficamos invictos na Fonte Nova, – nunca perdi na Fonte Nova desde o tempo dos juniores – onde ganhamos de 3×0 do S. André e do S. Raimundo empatando com o Grêmio, com 10 jogadores, o mesmo Grêmio que hoje disputa os primeiros lugares da séria “A”.

Ganhamos 10 pontos dos 21 que disputamos e se tivéssemos assumido desde o início em 21 jogos e 63 pontos possíveis, teríamos ganho cerca de 31 pontos e estaríamos classificados entre os primeiros da série “B” e, talvez, este ano, estivéssemos na série “A”.

Recuperei o Viola que era apontado como jogador problema e que, em minha gestão, fez 4 gols em três jogos antes de sofrer uma distenção.

Perdemos a classificação fora de casa pois jogamos 4 partidas fora e três dentro de casa, em SP, no interior, com tudo pronto para classificar o Paulista.

Não pude fazer mais, mas trabalhei denodadamente, com muito esforço e abnegação, sem ganhar um centavo, apenas por amor!

Eleito oficialmente o presidente, porque éramos interinos, entreguei o cargo, pois tinha que cuidar da minha pequena empresa, Bolas Chuveirinho.

Mas a pedido do presidente aceitei o novo cargo de vice-presidente financeiro do ECBahia, cargo não remunerado, mas que não recusei porque não recuso nenhuma oportunidade de ajudar o meu Bahia, com amor.

Porém fui convidado, fui nomeado, mas jamais fui empossado!

O que impediu o presidente de entregar-me as chaves do cofre do ECBahia, que envolve a sede de praia, os arrendamentos de áreas, os espaços cedidos para uma casa de eventos que ali funciona, e as receitas de sócios, não faço a menor idéia.

Talvez seus enormes afazeres para tentar colocar o Bahia na série “B” de volta, o tenha impedido.

O presidente, o conheço bem, é honesto e de bons propósitos, porém não sei o que o impediu de colocar-me no cargo que ele mesmo me pediu.

Ele bem sabia que eu jamais emprestaria meu nome para um cargo que eu nunca ocuparia. Eu só aceito qualquer atividade se eu realmente trabalhar.

Por diversas vezes, verbalmente, solicitei minha demissão, ou a posse do cargo. Nunca fui atendido nem ouvido.

Em setembro pedi, por escrito, pessoalmente, a exoneração do cargo que jamais ocupei. Em outubro, ratifiquei, via cartório de títulos e documentos, que já havia terminado sua greve.

Não sou maracajista, nunca fui! Nem sou oposicionista, também nunca fui!

Sou Bahia, com amor e paixão! E ninguém irá prejudicar meu clube do coração, impunemente, tenha ele o nome que tiver.

Por isso não concordo com a tela do site ECBahia pois entendo que nenhum Maracajá ,ou qualquer outro nome, poderá acabar com a paixão pelo Bahia.

Será muito mais fácil que essa paixão que verdadeiros apaixonados pelo Bahia, como eu, acabe com qualquer um que, mesmo sem intenção mas por incompetência, venha sequer a ameaçar o que amamos!

O grande amor a um clube que se chama Bahia!

Antônio Jorge Moreira Garrido
Conselheiro
Vice-presidente do Conselho Deliberativo do ECBahia
Auditor Independente membro da 2a. Regional do I.A.I.B Sob n. 369
Bel. em Ciências Contábeis CRC.BA 2.406“

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