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O jogo de 7 erros do Bahia

Notícia
Historico
Publicada em 27 de novembro de 2006 às 01:33 por Da Redação

O fracasso tricolor exatamente na reta final da Terceirona não é algo inexplicável, obra do acaso, falta de sorte ou coisas do gênero. Estava escrito nas estrelas, e só os torcedores mais ufanistas tentavam não enxergar. A ausência de planejamento da diretoria – denunciada rodada após rodada pelo próprio técnico Lula Pereira – em seu já conhecido estilo de “empurrar com barriga”, agravou a crise de um clube que vai entrar no Estadual 2007 precisando garantir vaga na Série C do ano que vem. No jogo do sete erros, o Esquadrão de Aço cometeu, no mínimo, os seguintes:

1 Contratações equivocadas – Parece brincadeira, mas não é. Para a atual temporada, foram trazidos nada menos que 57 jogadores (veja a lista completa aqui), a maioria absoluta de péssima qualidade. Deste número, 31 já deixaram o Fazendão, seja dispensados, seja a pedido dos próprios atletas. E foram poucos os reforços na verdeira acepção da palavra, como o volante Guilherme, o atacante Paulo César “Spirito” e o lateral-direito Luciano Baiano.

2 Conformismo exacerbado – A despeito da liderança em todas as fases, o Bahia não conseguiu realizar uma única atuação convicente em toda a Terceirona, vencendo as partidas empurrado pelas arquibancadas, aos trancos e barrancos, nos acréscimos e até beneficiado pelas arbitragens. Mesmo assim, o que mais se ouviu foram chavões do tipo “Série C é assim, o importante é ganhar”. Deu no que deu. Agora, no octogonal decisivo, contra equipes mais qualificadas, dividimos a vice-lanterna com o Brasil de Pelotas.

3 Falta de peças de reposição – O Bahia passou o certame inteiro com apenas Guilherme na função de primeiro homem de meio-campo; o restante dos cabeças-de-área do plantel atuam de maneira diferente. Além disso, a enorme lacuna deixada por Galego na lateral-esquerda foi totalmente ignorada pela diretoria, que chegou a forçar o adeus do jogador. Resultado: Ávine acabou “queimado” e Peris não mostrou para que veio. Sem falar nas saídas de Bruno Heleno e Esquerdinha, que provocaram verdadeiros vãos na lateral-direita e meia-esquerda durante grande parte da competição.

4 Incompetência administrativa – Como participantes do Fórum do site chegaram a falar, para formar um time melhor o Bahia poderia ter estabelecido contratos vinculados às cotas de TV da Segunda Divisão. “Se fossem solicitadas outras garantias, vincularia-se os contratos de atletas da base e de jogadores emprestados… o importante era sair da Terceira. Em vez disso, acharam ótimas as esmolas da Turma Tricolor!” (que cessaram, por sinal, em setembro).

5 Ganância pelo poder – A direção não trabalhou para criar novas fontes de renda. A tão aguardada campanha de sócios não aconteceu, assim como a prometida reforma estatutária, com a implementação de eleições diretas para presidente. Se tais medidas fossem efetivadas, o clube seria democratizado e certamente a apaixonada torcida se engajaria. Mas os cartolas preferiram deixar de arrecadar com as mensalidades e não abrir o clube.

6 Marketing ineficiente – Lançado com pompa e circunstância no dia 13 de janeiro de 2006, o projeto “Nasceu para Vencer” não saiu do papel em inúmeros quesitos, também contribuindo para a ausência de receitas alternativas para o clube, além de aumentando o descrédito por parte do torcedor. (leia reportagem que publicamos sobre o tema, em julho, aqui)

7 Salários atrasados – Sem dinheiro, as remunerações não foram pagas corretamente o que, queiram ou não, acabaram desmotivando o já deficiente elenco. Sem a folha em dia, a diretoria não teve autoridade suficiente para exigir mais atitude e empenho dos seus comandados.

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