Você que está lendo certamente já viu esse filme. Pela terceira vez consecutiva, o Bahia começa uma competição com derrota e frustração. Agora quem aproveitou o processo de ypiranguização tricolor foi um clube que sequer completou um ano de fundação. Campeão da Segundona estadual em 2006, o Vitória da Conquista não respeitou a réstia de tradição do “Esquadrão de Aço” e fez 2 a 0 no medíocre time de Petrônio Barradas, aquele que mesmo com 50 mil pessoas nas ruas pedindo a sua saída, bateu pé e ignorou o clamor popular.
As duas estréias perdedoras de antes ocorreram na Série C (2 a 0 para o Confiança-SE) e no Baianão do ano passado (2 a 1 para o Itabuna). Para se ter idéia de como as coisas no Fazendão nunca melhoram, o que comprova não ser mera coincidência nem azar, mas incompetência, confira o primeiro parágrafo da matéria da época do último tropeço citado, no dia 8 de janeiro de 2006:
“E o Ex-quadrão de Aço segue descendo a sua ladeira – sem fim – rumo ao ostracismo, para desespero de uma Nação Tricolor (até quando?) já anestesiada com tantas decepções nas últimas temporadas. Ridículo. Quatro meses após o vergonhoso rebaixamento para a Terceirona, o bicampeão brasileiro de 59/88, primeiro representante do país na Libertadores, amargou uma dolorida derrota logo na estréia do Estadual 2006, na tarde deste domingo, num Luiz Viana Filho com ótimo público. O que mudou de lá para cá, depois de `alterações´ na diretoria e refomulação na comissão técnica e elenco? Nada.”
Ou seja, déja vù. Que terminou fortalecendo a campanha “Público Zero”, cuja idéia é promover uma grande manifestação de protesto na quarta-feira, do lado de fora da Fonte Nova, onde o Bahia enfrenta o Camaçari. Segundo os organizadores do movimento, haverá carros de som, megafones, apitos, bandas, charangas e até trio elétrico no estacionamento do Dique do Tororó.
O JOGO – Em um Estádio Lomanto Júnior sob sol escaldante, o Bahia iniciou um campeonato de pontos corridos na última posição. É bem verdade que o time de Arturzinho colocou três bolas na trave (Da Silva, Maricá e Emerson), Fábio desperdiçou duas chances de ouro e ainda teve um gol aparentemente mal anulado pelo árbitro Lourival Dias Lima Filho. Porém o adversário perdeu pelo menos cinco grandes oportunidades, sem falar nos dois gols que marcou.
O primeiro, aos 12 minutos da etapa inicial, após chute no ângulo de Rafael, de fora da área, e o segundo aos 39 do segundo tempo, momento em que tinha um jogador a menos – o meia Edmar foi expulso por acumular dois cartões amarelos. Pois bem. Aí Juleone saiu do banco para, em contra-ataque rápido, vencer o pesado zagueiro Emerson na corrida e tocar por cima de Darci.
Os mais de 11 mil torcedores presentes deitaram e rolaram, gritaram olé e fizeram o tradicional coro “ao, ão, ão, terceira divisão!”. Só que a turma do interior se esqueceu de que a situação do Bahia é ainda pior. Nem o porão do futebol nacional o fora-de-série tem mais garantido para disputar. Triste.
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