De Eduardo Rocha, no Correio da Bahia desta quarta-feira:
“O presidente Petrônio Barradas disse ontem desconhecer o porquê de tamanha efervescência em torno do novo estatuto do Bahia. Segundo ele, a minuta já foi redigida, mas, por indicação do advogado Wellington Cerqueira, um dos responsáveis pela reforma do livro de normas tricolor, será submetido à apreciação de dois juristas. Ele nos sugeriu os nomes de David Carvalho, vice-presidente jurídico do clube, e Carlos Frederico, explicou.
O presidente alega que o processo não é tão simples e que não está em curso em nenhum clube do país. Depois da redação, o novo estatuto ainda terá que ser apreciado e aprovado em assembléia pelo conselho deliberativo. Só então serão definidas questões como o tempo mínimo de associação para garantir direito a voto nas eleições presidenciais previstas para 2008. Questionado quanto à data para a aprovação do estatuto, Barradas não deu previsão. Não existe prazo. Tem gente querendo fazer reforma do estatuto apenas com o item da eleição direta, alfinetou.
No entanto, o próprio Wellington Cerqueira estranha os argumentos do presidente e não vê motivos para tamanha demora. Petrônio Barradas é meu amigo, pessoa honrada, mas não há porque submeter o estatuto aos juristas. Isso foi uma sugestão inicial, mas tanto oposição quanto situação aprovaram o trabalho. O novo estatuto inova exatamente no tocante às eleições diretas, disse.
O advogado lembra ainda que entregou ao presidente trabalho concluído, onde o torcedor precisaria estar associado ao clube por, no mínimo, seis meses antes de garantir o direito a voto. Acredito que é um prazo justo, que evita que tanto situação quanto oposição façam sócios de última hora para ganhar as eleições. Queriam um ano, mas acho que seria muito restrito aos atuais associados. Ainda assim, reitera que a aprovação do novo estatuto depende de aceitação em assembléia e que alterações podem ser sugeridas. Sou apenas conselheiro do clube. Não tenho poder de aprovar nada.
Outra questão polêmica envolve a promessa de uma ação na Justiça. O advogado de oposição, César Oliveira, concedeu entrevistas nos últimos dias anunciando a possibilidade de uma investigação do Ministério Público para apurar casos de lavagem de dinheiro no clube.
Segundo ele, pessoas ligadas à atual diretoria alegam ter a receber do Bahia cerca de R$1,5 milhão, o que estaria, inclusive, pesando na decisão do presidente de não renunciar. Incisivo, Petrônio Barradas não mediu palavras. Ele (César Oliveira, advogado de oposição) não tem moral nem ética para falar isso. Está cometendo um crime de injúria. Até poderia haver lavagem de dinheiro se ele estivesse aqui. Ele precisa voltar à escola de direito para rever seus conceitos, bradou”.
Leia também
Respostas aos desafios de Petrônio Barradas
Saiba como seria o novo Estatuto do Bahia!
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.