De Edinei Dantas, no jornal A Tarde desta quinta-feira:
“Há 30 dias em Salvador, vindo da Bolívia, trazido pelo Bahia para testes pelo diretor de futebol Renato Braz, Marcelo Oliveira hoje está abandonado e correndo o risco de ser despejado a qualquer comento.
Este é o dilema de Marcelo Oliveira, zagueiro central de 29 anos, de residência boliviana, mas que atualmente mora no Ipitanga Apart Hotel, em Lauro de Freitas, pelo menos por enquanto…
De acordo com o jogador, a negociação foi realizada pelo seu procurador, Renato Boliviano, o mesmo que levou Marcelo Boliviano para o Vitória e o lateral Arce para o Corinthians.
Ele disse que durante as conversas, Renato Braz afirmava que o Bahia tinha interesse, urgente, em sua contração.
Confiei na palavra dele. Nem exigi nenhum documento formal, até porque ele é evangélico e confiei muito nele, explicou, acrescentando que conversou com o dirigente, que lhe disse que já havia acertado com o presidente Petrônio Barradas e com o técnico Arturzinho e que ele poderia vir para o Brasil, pois estava tudo certo.
Mas ao chegar ao Fazendão foi recebido com frieza. O presidente disse que eu era bem-vindo, mas o treinador nem olhou na minha cara: apertou minha mão de rosto virado, recordou ele.
Marcelo Oliveira ficou dois dias no Fazendão, treinou com o plantel profissional, mas no segundo dia tudo mudou. O Bahia ia jogar e os atletas estavam no treino-apronto. Eu deixei minha sacola na concentração que estava vazia , mas ao retornar havia sumido US$ 100. Então, segundo informou, comunicou a Arturzinho que o dinheiro havia desaparecido. O treinador, muito nervoso, procurou a diretoria do clube para dizer que não tinha nenhum interesse em mim, pois, para ele, eu estava ali somente para tumultuar o ambiente e a vida do Bahia.
Despejo Então, Marcelo procurou o diretor e queixou-se do roubo do dinheiro. Renato Braz, por sua vez, disse que o hospedaria no hotel de um amigo por algum tempo. Estou aqui até hoje. Procuro o Braz na casa dele e ele nunca está. Meu procurador está muito aborrecido e não quer saber. Renato Braz diz que não tem nada com isso e o dono do hotel já quer me despejar, por falta de pagamento, desabafou Marcelo Oliveira.
O zagueiro afirmou, ainda, que o seu não aproveitamento no tricolor tem a ver com um desentendimento entre o diretor de Futebol e o técnico Arturzinho.
Eles não se entendem. Um não vai com a cara do outro. O Bahia tem uns quatro jogadores, indicados por Braz, que não são utilizados e não são mandados embora, porque já têm contrato assinado, revelou, sem querer citar os nomes dos jogadores.
Marcelo se diz bastante magoado com o Bahia e quer apenas que o clube faça o mínimo. Eu não quero mais ficar aqui. Estão acabando com minha carreira. Quero apenas que paguem minha passagem para que possa retornar à Bolívia, onde voltarei a jogar, disse.
Currículo | Marcelo Oliveira jogou no Caxias/RS, em 98; no Etti Jundiaí, em 99 e, em 2000, foi para o exterior, tendo jogado na Bélgica, Paraguai, Chile e também na Argentina”
Leia também: Artur e Braz contam suas versões sobre M. Oliveira
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