De Moysés Suzart, no jornal A Tarde desta sexta-feira:
“Até o título do Campeonato Brasileiro de 1988 já passou da validade. Quem visita a sala de troféus do Bahia já deve estar enjoado das mesmas taças, sem nenhuma novidade, desde 2002, quando o então Tricolor de Aço levantou seu último caneco profissional, pelo Campeonato do Nordeste. Depois daquela conquista, só lamentação.
O Super-Homem da massa tricolor virou um herói sem brilho, com sua pior trajetória, desde sua fundação em 1931, ano em que o Bahia conquistou seu primeiro título estadual, quando ainda cheirava a leite.
Depois da eliminação frustrante na Copa do Brasil, o Estadual, primeira conquista do Bahia na sua história, é o que resta neste semestre para a torcida manter a esperança de ver algum título. O maior vencedor da competição não vê uma taça baiana desde a conquista de 2001.
TORCIDA O jejum sem título já quebrou o recorde da década de 90, quando o Bahia ficou de 1994 a 1998 sem vencer nada. Agora, pelo Estadual, a seca já dura cinco anos e pode ficar mais tempo, se não puxar o freio de mão do rival Vitória.
Depois da derrota no primeiro Ba-Vi do quadrangular decisivo, o Tricolor de Aço está com seis pontos a menos que o rival, com uma partida a menos. Mais um tropeço no quadrangular pode significar a eliminação de mais uma competição, já que a decisão deste ano é através do critério de pontos corridos, sem final.
Nas decisões com final, o Bahia, a partir de 2002 até a temporada passada, participou de apenas duas, ambas perdidas para o Leão rubro-negro. Em 2002, 2003 e 2006, não conseguiu nem chegar ao confronto final.
Sem título, o único patrimônio valioso do Bahia é sua torcida. Se não for a maior, pelo menos é a mais apaixonada. Mesmo com o jejum e a amarga Série C do Campeonato Brasileiro, os torcedores tricolores estão presentes nas arquibancadas.
Os 47.074 pagantes que lotaram a Fonte Nova, contra o Fluminense, foram uma prova do amor masoquista da nação apaixonada pelo Bahia. Masoquista porque, enquanto os apaixonados dão goleada na arquibancada, o time tricolor permanece com a mesma apatia e limitação. Se a festa da torcida valesse ponto, talvez a história recente do clube fosse outra”.
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