Neto Potiguar é mais um antigo novo reforço

Depois de Nonato, Neto Potiguar. Outro prata-da-casa a retornar ao clube para a disputa da Série C, o atacante, agora com 21 anos, desceu do avião, ontem, dizendo que o sonho do acesso não é apenas do torcedor, mas também seu.

E ele já esteve bem próximo de concretizá-lo. Em 2004, temporada em que surgiu para o futebol, o antigo camisa 11 foi eleito o melhor da posição na Série B, virou xodó da nação tricolor, porém acabou caindo de rendimento, junto com todos daquele time do técnico Vadão, justamente no quadrangular final da competição.

Até hoje ninguém consegue explicar direito o que ocorreu com a equipe liderada pelo meia Robert. Tampouco Potiguar: “Rapaz, sinceramente não sei. Foi uma tarde muito difícil para a gente. O Brasiliense, já campeão, jogou sem responsabilidade, pecamos em algumas coisas… Infelizmente aconteceu, mas são águas passadas”.

Neto diz que hoje só pensa em dar o seu máximo, “porque para ficar no Bahia tem que ser muito bom mesmo”. A frase se deve à concorrência no ataque, que conta com outros cinco atletas – Moré, Harley, Amauri, Ednei e Nonato –, sem falar nos meias Danilo Gomes e Rafael Bastos, tradicionais curingas do técnico Arturzinho.

Neste início do ano, o atleta esteve emprestado ao Gama, clube para onde se transferiu o goleiro Paulo Musse. Embora diga que a passagem no Distrito Federal foi boa, só deixando de participar de uma partida entre os titulares do alviverde, garante que não permaneceu por vontade própria.

“Tive alguns problemas com a diretoria e pedi para ir embora”, justificou. Questão de indisciplina? “Não, financeira”, respondeu, acrescentando ter marcado seis gols, três deles na Copa do Brasil. “Inclusive contra o Vasco, no jogo de ida, quando todos esperavam o milésimo de Romário”.

O Gama terminou o Estadual, que em terras candangas ganha o nome de Metropolitano, na quarta colocação, atrás de Brasiliense, Guará e Ceilândia. Em âmbito nacional, a equipe está uma divisão acima do Esquadrão de Aço.

VELOCISTA – Natural de Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte, Potiguar tem contrato até 2009 e foi o último dos quatro reforços tricolores, de momento, a se apresentar no Alto de Itinga. Antes, além do centroavante Nonato, já haviam aparecido o armador Inho e o zagueiro Alisson.

Sem novidades, em meio a um Fazendão deserto, a grande notícia do dia azul, vermelho e branco foi a renovação do velocista Amauri pelos próximos seis meses. Comunicado oficial alega que “o jogador se destacou em algumas partidas, entrando no segundo tempo e marcando gols importantes”.

Destino semelhante era exclusividade do volante Humberto, em contraposição a outros oito contratados no decorrer do Baianão. Dispensados, Clayton, Hebert, Josemar, Maricá, Victor Boleta, Preto, Jairo e Marcelinho não estarão na volta das férias, segunda-feira que vem, à tarde, no CT.

Já a novela Carlos Alberto continua. Fica ou não fica? “Quem souber, morre”. Ainda tentando convencer o treinador a perdoá-lo, a diretoria promete trazer mais um goleiro, um lateral-direito, um esquerdo e dois zagueiros.

A especulada vinda do veterano Odvan, ex-Vasco, foi descartada.

AMARELADA | Neto confessou que, em 2004, no jogo contra o Brasiliense, a demora de subir a campo para esperar o resultado de Fortaleza x Avaí prejudicou o time. Mas ponderou que não tanto quanto dizem.

ESTRÉIA | A primeira partida oficial do atacante foi na largada da Série B, diante do São Raimundo. Ainda sem o apelido Potiguar, que acrescentou em seguida para não confundir com o volante xará, entrou no final e marcou o gol de empate.

9 tentos ele anotou na Segundona daquele ano, porém cansou de deixar os companheiros na boa para balançar as redes adversárias.

PAÍSES BAIXOS | Seguindo os passos de Bruno Lopes e Eduardo, o zagueiro Ramon, do júnior, viaja hoje rumo à Holanda, onde fará testes no AZ até o dia 5 de junho.

Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição desta quarta-feira 16/05/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube