No final do ano passado, o conselheiro e ex-presidente Paulo Maracajá falou, no auge da pressão da torcida, que era a favor de uma reforma urgente e imediata no estatuto azul, vermelho e branco.
A frase, concedida a uma rádio soteropolitana, era acrescentada pela seguinte promessa: Votarei em qualquer reunião por eleição direta. Cinco meses já se passaram e a declaração ficou perdida no tempo, sem a torcida perceber qualquer novidade sobre o assunto.
Alegando estar em sessão o dia inteiro no Tribunal de Contas dos Municípios, o eterno dirigente não voltou a se manifestar, ontem, a respeito da questão. O presidente Petrônio Barradas, por sua vez, garante que o projeto está caminhando e não entende o que chama de pressa das pessoas. Eu nunca disse que seria para amanhã. Isso é algo que representa e lei do clube, não é uma coisa que pode ser feita como se troca de roupa.
O cartola nega que esteja embarreirando o processo e acredita que até as próximas eleições, em 2008, a Constituição do Bahia já estará atualizada. A atual é de 1981. Se não fosse favorável, eu nem começaria nada. O problema é que quando o filho é bonito, todo mundo quer ser o pai… Quantos clubes no Brasil já fizeram isso? O Bahia é um dos pioneiros, afirma.
NEM ASSIM O mais estranho é que a minuta do novo estatuto já está pronta desde o último dia 7 de dezembro, quando cerca de dez juristas, capitaneados por Wellington Cerqueira e Manfredo Lessa, entregaram uma cópia à diretoria. Na época, Barradas disse: Primeiro vou ler, depois mostrarei a diretores, conselheiros influentes e, a partir daí, convocarei o Conselho Deliberativo e, em seguida, a Assembléia Geral. Até agora, nada de convocação.
O modelo proposto, que tem 30 artigos a menos em relação ao vigente, realmente prevê eleições diretas. A Assembléia se tornaria o poder soberano do Bahia, podendo inclusive com 2/3 de aprovação de seus membros decretar a vacância do cargo. Entre outras mudanças, também criaria a figura do sócio contribuinte, que pagaria mensalidades mais convidativas, e já poderia votar e se candidatar com apenas seis meses de mensalidades em dia.
Será por isso a demora?
Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição desta quinta-feira 17/05/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube
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