Não, não se trata de uma nova lista de dispensa, mas da limpa a que o CT tricolor está se submetendo enquanto o elenco não volta das férias forçadas de meio do ano…
Alijado das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, o Bahia só volta a jogar no dia 8 de julho, contra o sergipano Confiança, na estréia da Terceirona. A última partida da equipe aconteceu em 9 de maio, no Barradão, diante do Vitória.
São dois meses de total inatividade, para desespero dos já combalidos cofres do clube. Segundo estimativas otimistas, eles deixarão de ganhar quase R$ 400 mil só de receita de bilheteria. E olhe que a despesa mensal do Bahia, apenas com os jogadores, é de R$ 200 mil.
Pior para os funcionários, que pagam o pato e, ainda por cima, não sabem o que é folga. É o que reclama a lavadeira Maria Damiana dos Santos, 57 anos, 27 deles dedicados ao Esquadrão de Aço.
Em dezembro, ela lamentava estar quatro meses sem receber salário, além do décimo terceiro. Disse que depois da reportagem de ATEC Infeliz Natal no Fazendão a situação até melhorou, porém já voltou a apertar. O mínimo está para completar dois meses sem pingar na conta de Dona Damiana.
Ninguém enxerga a gente, que tem que ficar aqui o dia todo, resmunga sem entender por que a jornada de trabalho, das 8 às 17, é a mesma de quando os atletas estão no Centro de Treinamentos época de serviço bem maior. É tanta coisa para fazer em casa, filho, marido… mas não liberam a gente, acrescenta, sem perder o humor.
MUTIRÃO O piscineiro César Gomes e o motorista Jaime Baraúna são outros que dizem estar com uma carga menor de afazeres, o que não significa menos horas laboradas. Continuo buscando o pão, por exemplo, mas não tem mais que levar documento à FBF (Federação Bahiana de Futebol) e jogador em clínica, banco, etc, conta Baraúna.
O recesso, entretanto, serve para ser realizado um verdadeiro mutirão no local, aproveitando a ausência do elenco. Sobrou para gente como a faxineira Josete, que admite que se não fosse isso, realmente daria para sair mais cedo.
Estamos fazendo uma limpeza geral, corrigindo algumas coisas, trocando fechadura, lavando… Um faxinaço mesmo, explica Seu Aderbal, gerente do Fazendão. A mobilização vem se dando principalmente na área da concentração, onde a poeira teria se acumulado por mais tempo.
Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição desta sexta-feira 18/05/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube
Leia também: Infeliz Natal no Fazendão
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