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Historico
Publicada em 19 de maio de 2007 às 14:45 por Da Redação

Há cinco anos dirigindo o Departamento Técnico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o mais importante da entidade, o cachoeirano Virgílio Elísio da Costa Neto também é um famoso torcedor do Bahia. Vira e mexe, nesses momentos de crise tricolor, seu nome é lembrado pela torcida para comandar o clube. Mas, afinal de contas, o que ele acha dessa história?

“Estou fazendo um trabalho aqui no Rio onde vejo os frutos começarem a sugir e tenho um campo muito maior. Porém, isso não se contrapõe à possibilidade de algum dia, no futuro, eu possa me disponibilizar para ajudar o Bahia”, responde, contando que seria hipócrita se negasse isso. “Não descarto me candidatar até para a presidência”, acrescenta.

Embora lamente bastante a situação em que o Esquadrão se encontra, Virgílio faz questão de deixar claro que, “por pior que possa ser a gestão, tenho absoluta certeza que todos – cardeais ou não – são tricolores, desejam o bem do clube e vêm trabalhando para salvá-lo”.

“Paulo Maracajá, Ruy Accioly e Petrônio não precisam provar que são Bahia. Tenho diferenças enormes de pensamento, mas os respeito. Só que independente da pessoa, o clube precisa passar por um processo de modernização. Não pode prosseguir como está”.

O ex-presidente da Federação Bahiana de Futebol diz que, por estar longe, sua informação é razoavelmente superficial, embora nunca numa posição alienada ou desinformada. “O Brasil todo sabe que sou Bahia, o que para mim é um orgulho. Não há perigo nenhum em falar para qual time torço, porque entre o Bahia e minha integridade, fico com a última”.

Segundo ele, ninguém no resto do País consegue entender o que acontece com o tricolor, cuja torcida é tão especial que deveria ser tombada como patrimônio histórico e cultural. “Somente uma instituição dessa para colocar 100 mil pagantes em dois jogos, quarta e domingo, estando na Série C”.

SOLUÇÕES – Virgílio ressalta que, para o clube se recuperar, necessita se equacionar financeiramente, entrando “dinheiro novo, como se fala na economia”. A saída seria, então, uma evolução no seu quadro social, seguindo os passos dos gaúchos Grêmio e Inter, que ao mesmo tempo em que se democratizam, se sustentam praticamente com a receita das mensalidades. Na Espanha, Barça e Real Madrid são exemplos mundiais.

“Mas não é só sair por aí fazendo propaganda. É ter transparência na forma de cobrar, receber e usar esses recursos”, afirma. Outra alternativa, complementa, é buscar parceiros capitalizados, que apostem, através de um projeto sério, investir no Bahia.

Único inspetor de língua portuguesa da Fifa, finaliza dizendo que o lugar do clube não é nem simplesmente na Série A. Porém, entre os cinco melhores da Primeirona.

OPOSIÇÃO | Virgílio tem história nos bastidores do clube. No início dos anos 80, esteve no Movimento Pela Renovação do Bahia, junto com nomes como Pithon e Edmundo Franco

Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição deste sábado 19/05/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube

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