Quatro dias depois de seu afastamento, ele ainda não se conformou. A diretoria alega que o lateral desperdiçou a oportunidade que lhe foi dada após fugir da concentração de um jogo decisivo, em maio, e voltou a aprontar no último sábado. Carlos Alberto discorda.
Passei a verdade para o clube. Acordei tarde, perdi o horário. Mas não só eu como qualquer um pode chegar atrasado ao trabalho, rebate o atleta que mais vestiu a camisa número 2 do tricolor na temporada: 21 vezes, sendo duas entrando no segundo tempo.
Segundo o potiguar de apenas 23 anos, o problema foi o telefone celular. Ou a ausência dele. Minha mulher o levou para a faculdade, logo cedo, às 6h30, e sem despertador só consegui levantar dez para as dez, conta o jogador, que também se explica sobre o tal sumiço em pleno quadrangular final do Baianão: Eu não fugi. Minha esposa passou mal e ligou chorando, sozinha em casa. Como fiquei preocupado, fui ajudar ela. Meu erro foi não ter avisado.
INJUSTIÇA Dizendo estar triste com toda a situação, Carlos Alberto acredita que ser desligado do Esquadrão de Aço não é justo. Acharam que eu tinha feito algo a mais, coisa que não fiz, paciência. Agora é levantar a cabeça. Já existem alguns clubes interessados, acrescenta, sem revelar quais.
Com contrato até janeiro de 2008, o lateral-direito vai seguir treinando no Fazendão enquanto o Atlético Paranaense, dono de seus direitos federativos, não aceitar a rescisão contratual. O salário do mês passado também precisa ser quitado, além dos dias em que ele bater ponto no Alto de Itinga.
Questionado a respeito de sua relação com o técnico Arturzinho (que já declarou, publicamente, não querer mais trabalhar com o atleta), Carlos Alberto garante que era muito boa. Não tenho nada contra ele. A gente brincava, se dava bem… Infelizmente, aconteceram esses episódios.
Se a cartolagem resolvesse lhe perdoar, toparia continuar? Depende de uma conversa, mas ficou um clima meio ruim, um clima sem confiança. Em termos do grupo, não tem problema nenhum. O pessoal é maravilhoso e veio falar comigo quando soube da notícia
Porém a fama de deslumbrado persegue o camisa 2. No Itabuna, time que o revelou no Estadual de 2006, reclamam que Carlos Alberto não sabe lidar com o sucesso. De R$ 800, teria passado a ganhar cerca de R$ 10 mil no Furacão. Resultado: trocava de carro, no Sul, como quem troca de camiseta.
Isso aí eu fiz por onde. Se não tô enganado, sou o único jogador da história vendido pelo Itabuna. Eles têm é de agradecer a mim, responde, antes de afirmar que ninguém manda no seu dinheiro. Se eu troco de carro é questão minha.
IMAGINE | Segundo Carlos Alberto, o Atlético/PR o liberou na esperança de receber em troca jovens promessas como Danilo Rios, Rafael Bastos e Ávine. O Bahia nunca cumpriu essa parte do contrato.
NOVELA | Ainda não foi ontem que a tão especulada contratação do lateral-direito Luciano Baiano se concretizou. Diretoria aguarda liberação do Joinville, que não gostou nada do assédio pelo atleta sem lhe procurar.
Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição desta quarta-feira 06/06/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube
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