Bahia vence em Santo Antonio de Jesus

De Eduardo Rocha, no Correio da Bahia desta segunda-feira:

“O catadinho reunido às pressas não é bem o que se pode chamar de adversário. O “selecionado” de Santo Antônio de Jesus sequer treinou com bola antes de enfrentar o Bahia ontem, no estádio municipal da cidade. Resgatou o veteraníssimo Nêgo Dá e preencheu o banco de reservas com alguns dos irmãos do ex-tricolor Ari, atualmente no Fortaleza. Diante da situação, até esboçou futebol convincente, mas perdeu mesmo por 3×0.

O combinado resistiu o quanto pôde. Não porque o Bahia martelou insistentemente, como era de se esperar, mas pela constante presença incômoda do atacante Nonato entre seus zagueiros, ao menos no primeiro tempo. O tricolor não criou sequer uma oportunidade digna de registro até os 28 minutos, quando a tabelinha entre Ávine e Neto Potiguar se transformou em triangulação eficiente na cabeçada do centroavante dos 104 gols.

Ponto para a dupla Neto/Nonato, sempre com o potiguar na jogada de fundo e o paraense na finalização. Para efeito de análise, foi assim que o Bahia marcou seu único gol no amistoso contra o Sergipe, domingo passado, na Fonte Nova. Ainda assim, muito pouco para 45 minutos contra um time de amadores. Sem Danilo Rios, contundido, o meio-campo não mostrou serviço nas suas duas primeiras partidas, seja com Danilo Gomes e Rafael Bastos ou Danilo Gomes e Emerson Cris.

E com os pseudolaterais Marcone e Dudu, o jogo ficou torto pela esquerda. “Com essa carência na lateral-direita, só podemos jogar pelo outro lado”, corroborou Arturzinho, ainda no intervalo.

Sem problemas – O jogador escolhido para apoiar o ataque do lado canhoto participou ativamente dos três gols tricolores. Ávine iniciou a jogada que passou pelos pés de Neto antes de chegar à cabeça de Nonato, no primeiro gol.

Mas foi no segundo tempo que o lateral “matou a pau”. O passe entre os zagueiros deixou Neto Potiguar tranqüilo para marcar de canhota, aos 12. Dois minutos depois, repeteco da jogada, mas com conclusão de perna direita, e 3×0 para igualar as contas no ataque. Dois gols de Nonato e outros dois de Neto nos dois primeiros jogos da intertemporada.

Futebol tão diferente do irregular de costume que rendeu teste em outra posição. Com Adilson no lugar de Humberto, Arturzinho reorganizou a equipe com Ávine na meia esquerda e alterou o esquema, inicialmente montado com três volantes. A nova dupla canhota deu consistência à equipe. Palavra do treinador. “Com os dois se revezando por ali, o meio-campo teve um bom desempenho”, analisou.

Só faltaram pernas para manter o ritmo e as inúmeras substituições minaram o entrosamento tricolor. Além dos jogadores que iniciaram a partida, Paulo Cézar, Marcone, Emerson, Adilson, Tiago Neiva e Charles tiveram alguns minutos em campo. Inho só não entrou por ter sido vetado pelo departamento médico pouco antes da partida. Optou-se pela precaução por conta de uma torção no tornozelo.

O Bahia teve Márcio (Paulo Cézar), Dudu (Marcone), Cléber Carioca (Emerson), Alisson e Ávine; Humberto (Adilson), Fausto, Emerson Cris e Danilo Gomes (Tiago Neiva); Neto Potiguar e Nonato (Charles)”.