Intitulada Nonato, um novo homem, a matéria abaixo foi publicada no dia 15 de maio de 2007 por este mesmo ecbahia.com.br:
Não virei santo, mas estou totalmente mudado. Assim o atacante Nonato disse ter retornado, no final da manhã de ontem, à terra onde fez jus mais do que ninguém ao velho bordão amado por uns, odiado por outros.
Durante a sua primeira passagem pelo Bahia, de 2000 a 2003, se por um lado ele se tornou o décimo segundo maior artilheiro da história do clube, com 102 gols, por outro aprontou um bocado, como mostra o quadro abaixo.
Não foi à toa, portanto, que o técnico Arturzinho abriu o jogo e confessou, na véspera, possuir muitas restrições a esse profissional, embora tenham lhe garantido que o atleta havia tomado juízo.
Porém, nem a recepção pouco usual tirou Nonato do sério. O antigo camisa 11 disse que já conversou com o treinador e que todas as eventuais arestas foram aparadas. Não existe problema nenhum. Sei que já fui excluído de alguns clubes por causa da minha fama fora de campo, mas bola para frente. Vim simplesmente jogar futebol.
Aos 27 anos e com, no máximo, dois quilos acima do peso ideal, prometeu estar na plenitude física até o início da Série C. É normal ficar um pouco fora de forma depois de dois meses parado. Mas daqui a 40 dias terei mais do que 100% de condicionamento.
Sua última partida aconteceu em março, pelo Fortaleza, antes de uma despedida bastante polêmica. Os cearenses acusaram Nonato de fazer corpo-mole, simulando uma contusão inexistente.
Agora, o atacante se defende: Eu que pedi rescisão contratual. Não teve nada a ver com indisciplina. Se inventaram algo, é mentira. O atacante alega que, na verdade, foi contratado pelo patrocinador do Leão do Pici, à revelia da direção da equipe. Daí o conflito.
E por que voltar ao Bahia, justamente na Terceirona, após temporadas disputando competições, a exemplo de Libertadores e Primeira Divisão?. Tive outras propostas, mas surgiram alguns empecilhos. O importante é que aqui me sinto bem… Não vim para reaparecer no cenário nacional, porque todo mundo já me conhece.
Nonato aproveita para ressaltar que na vida todos estão sujeitos a altos e baixos, argumentando que mesmo naquela época, fazia gols. No Fazendão, vai reencontrar Danilo Gomes, com quem formou dupla em 2003.
Seu vínculo vai até dezembro. A partir daí, terá passe livre.
CRONOLOGIA | NONATO, CÉU E INFERNO
1998
Descoberto pelo olheiro Juracy Garrido, na Tuna Luso do Pará, é logo artilheiro do Baianão de Juniores.
2000
Começa a ser testado no time profissional pelo técnico Evaristo de Macedo.
2001
Já titular, é campeão estadual e nordestino, terminando a temporada com 35 gols. Mas já faz a primeira malcriação após ser substituído numa partida.
2002
Inicia o ano sendo expulso de maneira infantil, segundo ele mesmo reconheceu, contra o América/RN. Em fevereiro, perde a posição por estar acima do peso e é obrigado a treinar dobrado em pleno Carnaval.
Em maio, faz o gol do título do Nordestão e cala os críticos, revoltados com as inúmeras chances perdidas, como contra o Atlético-MG.
Em novembro, depois de Candinho chegar a lhe colocar no banco, salva o Bahia do rebaixamento diante da Portuguesa.
2003
Em junho, comemora a artilharia da Copa do Brasil. Em seguida, marca o 10º gol em 11 Ba-Vis disputados.
Em dezembro, após faltar vários treinos, ser flagrado fazendo farra na noite e ter abandonado uma concentração, é afastado pela segunda vez do grupo em apenas quatro meses.
2004
Sem clima no tricolor, é emprestado por dois anos ao Daegu, da Coréia do Sul.
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