Comparação de 2007 com 2006 mostra evolução

Ambos se classificaram com antecedência. E na liderança de seus respectivos grupos. Mesmo assim, dá para sentir o clima entre torcida e imprensa: o Bahia deste ano é superior ao do ano anterior.

Noves fora a diversidade de adversários, a atual campanha na primeira fase da Série C mostra-se bem mais consistente que a realizada em 2006. E não são apenas os números que dizem isso.

Enquanto os gols, agora, têm saído com uma maior facilidade, não raro os da temporada passada precisavam dos pênaltis de Sorato e de uma mãozinha da arbitragem.

Um time foi montado por Newton Mota. O outro, por Renato Braz e Ruy Accioly. Mas, se os diretores de futebol mudaram, o presidente não. E ele admite, deixando claro não estar criticando os antigos atletas: “O de 2007 é melhor”.

Segundo Petrônio Barradas, o elenco deste ano está “mais encorpado, mais apurado, sem aquele número de contratações tão reclamado por vocês mesmos, da imprensa”. Ele ainda identifica haver uma “integração maior do grupo atual”, pelo fato de a base e a comissão técnica do início da temporada terem sido mantidas no Fazendão.

Questionado se a questão salarial também pode estar influenciando, o dirigente concordou. “Este ano tá em dia. No ano passado, tivemos algumas irregularidades, principalmente no final da campanha, quando perdemos a arrecadação de um Ba-Vi, em função daqueles incidentes contra o Ipatinga.As rendas nos têm ajudado substancialmente”, diz.

AVANÇO – O fato é que, a despeito da justificada insatisfação da nação tricolor, o clube registrou uma ligeira evolução em 2007.

Há quem diga ser a colocação a última dos perdedores (sobretudo numa competição bipolarizada), entretanto o Esquadrão de Aço subiu um degrau no Estadual. E dois na Copa do Brasil, onde depois da vexatória eliminação para o Ceilândia, alcançou as oitavas-de-final, sendo despachado pelo futuro campeão Fluminense.

A expectativa da sofrida massa é de que o avanço se repita nesta Terceirona. Em caso positivo, virá o sonhado acesso. A morte na praia em pleno octogonal decisivo, imitando a “amarelada” da Série B de 2004, porém, até hoje deixa o mais otimista dos torcedores com a pulga atrás da orelha.

E agora, Bahia?

ANO PASSADO
A estréia com derrota para o Confiança, aliada aos triunfos suados em plena Fonte Nova, diante de CSA e Colo-Colo, logo derrubaram o técnico Mauro Fernandes. Até ali, todos os três gols tricolores haviam sido anotados graças a cobranças de pênalti do atacante Sorato – cujas marcações, diga-se, eram bastante contestadas pelos adversários. Assumiu Charles Fabian, que conseguiu carimbar a classificação azul, vermelha e branca na penúltima rodada. Em seis partidas, o time foi vazado sete vezes. O problema de salários ainda não era tão comentado na imprensa, embora já existisse.

CAMPANHA
Confiança 1×0 Bahia
Bahia 1×0 CSA
Bahia 2×1 Colo-Colo
Colo-Colo 2×4 Bahia
CSA 3×3 Bahia
Bahia 2×0 Confiança
4 vitórias, 1 empate e 1 derrota
Saldo de 5 gols
13 pontos, 72% de aproveitamento
Artilheiro: Sorato, com 5 gols
TIME-BASE: Darci, Bruno Heleno (Dadico), Josemar (Laerte), Pereira e Galego; Guilherme, Leandro Leite, Alessandro Azevedo (Gil) e Rafael Bastos; Sorato e Paulo César

ESTE ANO
Arturzinho chegou a ser questionado, pois o Bahia vencia, mas não convencia. As reclamações se intensificaram após o gude-preso frente ao América de Propriá. Culpa da briga entre o centroavante Nonato e os torcedores presentes em Itabaina. Mas os portões fechados da Fonte Nova, nos dois primeiros jogos em casa, serviram para acalmar os ânimos. No reencontro da galera com o time, festa. Invicto, com o melhor desempenho geral da Série C, o tricolor garantiu vaga já na antepenúltima rodada. A defesa só levou um gol e os salários estão em dia, garante a direção.

CAMPANHA
Confiança 0x0 Bahia
Bahia 2×0 ASA
América/SE 0x1 Bahia
Bahia 2×0 América/SE
ASA 0x4 Bahia
Bahia 2×1 Confiança
5 vitórias, 1 empate e nenhuma derrota
Saldo de 10 gols
16 pontos, 89% de aproveitamento
Artilheiro: Nonato, com 6 gols
TIME-BASE: Márcio, Carlos Alberto, Alison, Eduardo e Adilson (Ávine); Fausto, Emerson Cris, Cléber e Danilo Rios (Inho); Nonato e Moré (Neto Potiguar)

Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição deste domingo 12/08/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube

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