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Confusão na venda antecipada de ingressos

Notícia
Historico
Publicada em 18 de agosto de 2007 às 13:37 por Da Redação

Nem bem a reportagem chegou à bilheteria 4 da Fonte Nova, em frente ao ginásio de esportes do Balbininho, que não sabia para onde olhar. Ou a quem atender. Frases como “Isso é um absurdo!” predominavam em meio à algazarra.

A diretoria tricolor vem convocando o torcedor a quebrar o recorde de público das três divisões do Campeonato Brasileiro. Marca que pertence ao Fla-Flu de anteontem à noite, responsável por levar 49.828 pagantes ao Maracanã.

O problema é que o clube só colocou quatro guichês para a venda antecipada de ingressos para o jogo Bahia x Nacional de Patos, amanhã, às 17 horas. São 60 mil bilhetes à disposição da massa.

FARPAS –“Essa fila não anda. O sistema cai toda hora. Está uma bagunça”, reclamou Natanael `Soldado´ Lopes, um dos mais revoltados. Ele, que se dizia amigo do cantor Ninha, da Tribahia, chamou tanto a atenção que irritou um dos dois orientadores da Superintendência de Desportos da Bahia (Sudesb), que só apareceram perto das 15 horas no local. A comercialização se iniciou às 11h.

Troca de farpas de um lado, discussão do outro, mas logo os ânimos se acalmaram. “Só fomos chamados agora”, esquivou-se o funcionário do órgão estatal.

Já o senhor Deraldo Alcântara, de 68 anos, não se conformava com a ausência de uma fila para idosos. Só foi colocar a boca no trombone à imprensa para a fila, coincidentemente, surgir.

O absurdo maior, segundo Rogério Souza, era a impossibilidade de ele comprar um bilhete de meia-entrada para o filho. “Rapaz, estão exigindo que a xerox da carteira de identidade seja original. Vou ter que voltar a enfrentar esse aperto para trazer o menino aqui? Pelo amor de Deus!”, criticava.

Ginael Santos queria adquirir o ingresso do pai. Permaneceu uma hora nos arredores do Octávio Mangabeira, mas não conseguiu: “Não entendi nada, porque no jogo de quarta me venderam normalmente”.

O oficial de Justiça Ernane Reis garantiu que estava ali desde meio-dia e, até as 14h50, nada. “Pior é que, no começo da venda, existiam apenas dois guichês abertos”, acrescentou, enquanto uma pessoa ao seu lado, que não quis se identificar, acusava a livre circulação dos cambistas.

De fato, pois até o ATEC foi abordada pelo “comércio alternativo”. Dois policiais, bem próximos, afirmavam que “estava tudo tranqüilo”. “Esse pessoal quando vê imprensa é que faz zoada”.

Achava-se ingresso de arquibancada inteira a R$ 11, um a mais do que o preço de tabela. Nela, arquibancada especial custa R$ 15 e cadeira superior, R$ 25.

“Nós falhamos, realmente”, admitiu o gerente de operações do Bahia, Claus Dieter. “Vamos rever isso para amanhã (hoje)”, completou, contando que já foram vendidos cerca de três mil bilhetes. O Estatuto do Torcedor prevê a existência de pelo menos cinco pontos de venda antecipada, espalhados pela cidade da partida. E aí? “Também estamos estudando isso”.

Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição deste sábado 18/08/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube

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