Maior investimento do clube para o início da temporada, ele teve a sua terceira passagem pelo Fazendão abreviada no festejado empate com o Goiás, dia 21 de março. Logo aos cinco minutos de jogo, caiu sozinho no gramado e, sem conseguir andar, precisou ser carregado até o vestiário.
Com o tendão de Aquiles rompido (e contrato vencido em 6 de maio), Preto não entra em campo desde aquela partida no Serra Dourada, pela segunda fase da Copa do Brasil. Mas um novo retorno está bem próximo, graças a saída do jovem meia Danilo Rios. Leia no pingue-pongue abaixo:
Você é o último reforço do Bahia para a Série C?
Não. Mas a possibilidade existe, até porque não tenho vínculo contratual com ninguém. Graças a Deus, estou completamente recuperado e, por tudo aquilo que já vivi no Bahia, pela história e tradição que o Bahia tem, e pelo carinho especial que tenho por torcida e diretoria, as chances existem.
Como foi que você começou a treinar no clube?
Eu liguei pro Petrônio (Barradas, presidente), pois achava que o que tava faltando para a minha recuperação plena era trabalhar entre os profissionais. Como o Arturzinho (técnico) e o Dudu (Fontes, preparador físico) liberaram, estou aqui desde quinta-feira.
E antes disso?
Quem fez minha recuperação física foi o João Paulo, treinador do juvenil do Vitória e meu primeiro treinador na Bahia. Só um dia fui treinar coletivo com ele, semana retrasada, lá. Queria treinar com bola entre os profissionais.
Durante esse período, recebeu alguma outra proposta?
Muita gente me ligou perguntando o prazo para eu realmente estar bom para jogar, agoniados porque queriam me levar imediatamente. Eu expliquei minha situação, daí tomei a decisão de ligar para o Bahia para trabalhar entre os profissionais, porque aí é outro ritmo, que vai me fazer ter confiança para voltar. No coletivo de sexta, treinei bem, fiz um golzinho.
Existem torcedores que criticam a contratação de Edilson, pelo Vitória, alegando que ele só quer ficar em Salvador para cuidar de suas bandas de pagode e casa de show. Com você acontece algo parecido, só que argumentando sobre seus postos de gasolina na cidade. O que você diria?
As pessoas que falam isso, é lógico, que é por muita leviandade. Deviam se informar mais sobre como é meu caráter e meu profissionalismo. Quem se interessa em me contratar, é porque sabe como eu sou. Não sou de faltar treino e de chegar atrasado. Me dedico, faço as coisas igualmente aos demais. Eles sabem o quanto eu gosto de futebol. Jogo muito mais por prazer do que por dependência financeira. Devem falar isso porque não têm outra coisa pra falar, porque não sabem o que é a realidade. Os fatos dizem o contrário. Sou um profissional correto, fiz minha recuperação toda por conta própria.
E o Bahia, não tinha que auxiliar nos gastos? Como vinha sendo pago o seu salário?
O Bahia me colocou no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). Acabou agora, dia 31, que foi o prazo que o médico me deu para ficar recuperado. Os salários de junho e julho quem pagou foi o INSS. Recebi nesses meses R$ 2.100, que é o teto. Quem pagou o médico da minha cirurgia fui eu, o fisioterapeuta, o trabalho na piscina… a recuperação toda fui eu. O Bahia não teve custo nenhum.
Você acha que a diretoria tricolor deveria ter apostado em você, renovando o seu contrato?
O Bahia obrigatoriamente teria de renovar meu contrato de trabalho. Se não me engano, a lei diz isso. Mas não me achei à vontade para cobrar. Tinha conversas semanais com o Petrônio, só que era sempre para ver minha recuperação . Em nenhum momento, falamos sobre dinheiro.
Você teve uma experiência de sucesso no ano passado, quando ajudou o Vitória a deixar a Série C…
Acho isso importantíssimo, não só para o Bahia, como para mim. Já vivi a competição, tenho idéia de como ela é. Se eu assumir esse compromisso, sei que posso contribuir de alguma forma. Seria realmente muito bom.
Qual foi sua melhor temporada por um clube?
Acho que com relação a título, foi no Santos (na Vila Belmiro, Preto ganhou o Brasileirão de 2004). Individualmente falando, foi no Bahia, em 2001, quando marquei nove gols no Brasileiro, fui Bola de Prata, e também conquistei o Campeonato Baiano e o Campeonato do Nordeste. Aquele time de Evaristo era certinho.
Dá para fazer uma comparação entre as torcidas de Bahia e Vitória? Você foi ídolo das duas.
As duas têm suas particularidades, mas possuem grande importância em relação ao time. Sem demagogia nenhuma, não são como torcidas de clubes que a gente vê por aí. O São Paulo, por exemplo, tá sempre chegando e não dá mais de 10 mil pessoas no Morumbi. O povo baiano é apaixonado pelo futebol. Merece que ambos os times estejam na Primeira Divisão.
Você começou como volante, mas já jogou de primeiro, de segundo, de terceiro e até de quarto homem de meio-campo. As pessoas sempre se confundem quando precisam se referir à sua posição. Afinal de contas, é qual?
Quem joga no meio de campo, obrigatoriamente, no futebol de hoje em dia, precisa ter versatilidade. No mesmo jogo, você tem que permanecer resguardando a posição, marcar, e também chegar na frente, dar um chute, fazer uma jogada. Agora, se você me perguntar onde eu prefiro jogar, é na frente dos dois volantes. É a posição que mais gosto, sem dúvida.
QUEM É | Paranaense de Cascavel, Carlos Eduardo Casagrande ganhou o apelido de Preto por conta de uma mancha que possui na perna esquerda. Aos 32 anos, completados no dia 7 de maio, o jogador que é casado com uma baiana ainda comemora o nascimento da filha Camila, de três meses. Além dela, tem também Rafael, de cinco anos. Também já defendeu Vasco (1994), Olaria/RJ (1996), Vitória (1997-1999/2006), Vitória-POR (2000/2002), Atlético/PR (2002), Santos (2004), Fluminense (2005) e Fortaleza (2006). Pelo Bahia, se brilhou na ótima temporada 2001/2002, também participou da campanha do rebaixamento à Segunda Divisão, em 2003
Entrevista publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição desta segunda-feira 03/09/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube
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