Hoje em dia pode parecer surreal, mas Bahia e Fast já realizaram uma partida decisiva pela Série A nacional. Foi pelo certame de 1977, que só terminou em março do ano seguinte e reuniu nada menos que 62 equipes.
Baianos e amazonenses já se encontravam na terceira fase, lutando por uma vaga nas semifinais do torneio. Dirigido por Carlos Froner, o Esquadrão de Aço precisava vencer para se manter vivo na última rodada do Grupo T. E assim o fez, diante de 22.514 pagantes. Mas os gols vieram apenas no segundo tempo, para agonia de uma impaciente galera na Fonte Nova.
Jorge Campos abriu o placar aos 18 minutos e deu o passe para Douglas, que havia acabado de entrar, decretar o triunfo tricolor com uma cabeçada certeira no canto direito do goleiro, aos 30: 2 a 0 no dia 19 de fevereiro de 78.
O resultado deixou o time à espera de duas zebras: vencer o Atlético com diferença de mais de um gol, no Mineirão, e torcer para o Botafogo perder do Fast, no Maracanã. Combinação complicada, que motivou a direção azul, vermelha e branca a prometer um bicho de 20 mil cruzeiros para cada um dos seus jogadores e de 50 mil para dividir entre os atletas de Manaus.
Sem sucesso, pois além de o Bahia levar 4 a 0, com dois tentos do ídolo alvinegro Reinaldo, a Estrela Solitária, que tinha Paulo César Caju, ganhou de 3 a 1. Melhor para o Galo, que conseguiu se classificar. Ele bateu na etapa seguinte o paranaense Londrina e chegou à decisão, onde caiu perante o São Paulo, que havia eliminado o Operário de Mato Grosso nas semi.
Ao Bahia, décimo primeiro colocado no geral, restou a comemoradíssima conquista do hexacampeonato estadual, meses depois.
BAHIA: Luís Antonio, Toninho, Zé Augusto, Sapatão e Edmilson; Alberto Leguelé, Mazinho (Douglas) e Altimar; Washington Luiz, Jorge Campos (Zé Neto) e Jésum.
FAST: Iane, Anselmo, Marcio Bacuri, Edgar e Carlinhos; Limão, Sé, Rolinha (Barrote), Raulino; Dentinho e Reis.
Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição deste sábado 08/09/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube
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