De Eduardo Rocha, no Correio da Bahia desta sexta-feira:
“O torcedor que se arriscou no concreto gelado da Fonte Nova na noite chuvosa desta quinta passou da euforia ao desespero em 45 minutos. A goleada desenhada pelo Bahia no primeiro tempo ganhou contornos de quase empate no segundo. A apertada vitória por 2×1 sobre o modesto Rio Branco-AC foi lucro calculável apenas na tábua de classificação: sete pontos e primeiro lugar no Grupo 25 desta terceira fase da Série C do Campeonato Brasileiro.
Quatro de frente sobre o ABC-RN, segundo colocado, e folga na tabela até o dia 30 (um domingo), quando o tricolor volta a enfrentar o Rio Branco, desta vez, na Arena da Floresta, com fuso horário e tudo. A defasagem de duas horas até desnorteou os acreanos. Atrasados no tempo, descobriram abruptamente a roubada que foi deixar o Grupo 26. O Bahia precisou de quatro minutos para perder Alison, com um estiramento na coxa, e outros 12 até se adaptar ao gramado molhado e acertar o pé.
Corta-luz consciente de Preto para Emerson Cris arriscar um balaço da entrada da área, no canto direito do goleiro Marcus Vinícius: 1×0. O caminho do gol estava escancarado e o time todo foi ao ataque, de Eduardo a Nonato. Aí, é déficit certo na defesa. O atacante Marcelo Brás encontrou a brecha e usou a velocidade para passar por Emerson Cris, mas o chute cruzou à frente do goleiro Márcio.
O troco foi tão rápido quanto o contra-ataque puxado à toda por Carlos Alberto, desde a intermediária tricolor, aos 24. Bate-rebate e o lateral acertou o cruzamento para Nonato. Fatal. Bola no canto e 13º gol do atacante na terceirona. Disputa palmo a palmo com Túlio Maravilha.
Vitória tranqüila por 2×0 e parecia jogo de um time só. O Bahia perdeu gols de todos os tipos. Charles, de cabeça; Carlos Alberto, dentro da área; Emerson Cris, de longe; e Cléber, na furada frente a frente com o goleiro. Todo o time interessado em tirar uma lasquinha do Rio Branco. Defesa? Para quê? Bom, talvez para evitar um impensável gol dos visitantes.
Muito preocupado em jogar bonito, Eduardo inventou bicicleta desnecessária e o time foi punido com falta por jogada perigosa. Márcio se posicionou mal na cobrança e a bola sobrou no pé direito de Ico, que só escorou, a um minuto do final do tempo regulamentar: 2×1. Arturzinho foi à loucura: Era só se colocar direito atrás. O time está mais preocupado em golear!.
Então, basta organizar a equipe no segundo tempo, certo? Que nada. O Rio Branco se recuperou dos efeitos do fuso horário e desembestou ao ataque. Márcio tentou ajudar: quase engoliu um frangaço por entre as pernas, mas Carlos Alberto salvou a pele do companheiro em cima da linha. Nonato e Moré correram como loucos lá na frente, e nada.
Foram do Rio Branco as melhores oportunidades do segundo tempo. Rodholfo acertou o travessão em jogada que Juliano César deitou e rolou. Sonora vaia das arquibancadas molhadas por chuva incessante; o Bahia pressionado pelo modestíssimo representante do Acre. O desespero do técnico Arturzinho disse tudo: Só faltam dez (minutos), esgoelou-se.
Tempo suficiente para Garanha e Marcelo Brás ensaiarem tabela, e o atacante perder gol certo no chute desajeitado. Ufa! A mais apertada das vitórias tricolores na Série C do Brasileiro”.
Clique aqui e saiba tudo sobre a Série C do Brasileiro de 2007
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.