O Bahia nunca enfrentou o Crac. Mesmo assim, tem um tabu a quebrar sob o sol escaldante das três e meia da tarde culpa tanto do Horário de Verão quanto da estréia da Seleção nas Eliminatórias da Copa, às seis.
Verdade que as todas as oportunidades anteriores foram longe de casa, porém jamais o time largou com o pé direito quando esteve a um passo de subir de divisão. Contra o Leão do Sul, na estréia do octogonal decisivo da Série C, será a quarta tentativa.
Na primeira, a derrota de 3 a 2 para o Vila Nova, em Goiânia, mostrou que aquele quadrangular final da Segundona de 99 não seria nada fácil. Pior ainda com o goleiro Alex Guimarães, unanimidade entre torcida e imprensa como o pior da história do clube, defendendo a meta tricolor.
Para completar, o árbitro gaúcho Fabiano Gonçalves anulou um gol legítimo da equipe. De cabeça, o desengonçado centroavante Luiz Cláudio mandou para as redes, mas o juizão alegou ter sido com a mão.
E o lance aconteceu nos acréscimos, para desespero do então técnico Joel Santana. Antes, o já falecido lateral-direito Clébson abriu o placar, Kal Baiano e Túlio viraram, o pitbull Uéslei ainda empatou, entretanto Luciano acertou o ângulo, de fora da área, e decretou o triunfo alvirrubro.
Cino temporadas depois, em Taguatinga, os comandados do hoje rubro-negro Vadão levaram 2 a 1 do Brasiliense, também por uma reta de chegada de Série B, e começaram a derrocada de um time que tinha tudo para voltar à elite. Quando o baixinho Renna marcou, no dia 6 de novembro de 2004, era tarde demais. Iranildo e Fabrício já haviam arriscado de longe, e o arqueiro Márcio aceitado.
Filme que se repetiu na Terceira Divisão do ano passado. Em 8 de outubro de 2006, na cidade de Criciúma, a formação mandada a campo por Charles Fabian sofreu 1 a 0 dos anfitriões e deixou o emprego do jovem treinador por um fio.
Logo aos 9, Fernandinho cruzou e o mosqueteiro Athos não teve piedade de Darci. Descontrolado, o volante tricolor Leandro Leite recebeu o cartão vermelho aos 18.
Na metade do octogonal, o Esquadrão já se encontrava em maus lençóis. À espera de um milagre que, naquela ocasião, não veio.
TÍTULO Agora, é chegada a hora de mudar a escrita. Até porque (como diria o técnico Arturzinho), tanto sofrimento e angústia, misturado em seguida com felicidade e agradecimentos na Igreja do Bonfim, graças ao gol aos 50 do segundo tempo diante do Fast, não pode ter sido à toa.
Porque de nada valerá o carrinho salvador de Charles, no último domingo, se o Bahia não conseguir o acesso. Só assim ele desbancará a fuzilada de canhota de Raudinei, sobre um arqui-rival já em êxtase, no rol de salvadores da pátria do Fazendão.
Este valeu um título: o do Estadual de 1994. Aquele, por enquanto, apenas uma improvável classificação.
Mas a torcida torce para que, também aí, a história mude. Nem os fãs de Raudinei vão reclamar.
Outro motivo dos mais pertinentes para se buscar de qualquer maneira o triunfo reside na tabela da fase decisiva. Passado o jogo das 15h30, o tricolor encara dois compromissos consecutivos fora de Salvador.
Na próxima quinta, visita o tradicional Vila Nova, único remanescente dos rebaixados da Série B, no Serra Dourada. E domingo pega o ABC, no apertado Frasqueirão. Octávio Mangabeira novamente só na quarta-feira, 24, noite em que recebe o desconhecido e piauiense Barras.
DEFINIDO Após uma semana inteira de preparação, iniciada com o discurso de linha-dura para o elenco, Arturzinho tratou de mexer na equipe. Só quero trabalhar com quem vai doar sangue e suor pelo Bahia. Aqueles que não estão dispostos vão ficar pelo caminho, disse.
Serão quatro as alterações na escalação que enfrenta o Crac, em relação à que encontrou as maiores dificuldades do mundo para aplicar 1 a 0 no Fast. Titulares, o zagueiro Alison e o volante Fausto retornam de suspensão. Saem Emerson e Marcone.
Para fechar a conta, Danilo e Cléber dão lugar a Inho e Elias, por opção do treinador. Criação no meio-campo renovada.
Matéria publicada originalmente, por esse mesmo autor, na edição deste domingo 14/10/2007 do suplemento A Tarde Esporte Clube
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