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Presidente do rival continua aberto a negociações

Notícia
Historico
Publicada em 22 de janeiro de 2008 às 00:52 por Da Redação

De Daniel Dórea, no jornal A Tarde desta terça-feira:

“Em Roma, Milão e São Paulo, os clubes rivais usam o mesmo estádio sem maiores problemas. Por que o mesmo não pode acontecer em Salvador?

O caso mais parecido é o do Morumbi, de propriedade do São Paulo, que aluga o estádio para os rivais quando estes querem contar com um apoio maior do torcedor.

Na capital italiana, Roma e Lazio têm os mesmos direitos sobre o Estádio Olímpico, assim como em Milão, onde Milan e Inter também jogam na mesma praça. Só o nome que muda dependendo do mando de campo. O time do brasileiro Kaká o chama de San Siro e o do sueco Ibrahimovic de Giuseppe Meazza.

Porém, na Bahia, o pensamento é menor, principalmente quando a cabeça pensante é da diretoria tricolor.

Em 1999, usando o clube Itapagipe (na época presidido pelo atual supervisor do Esquadrão, Roberto Passos) como laranja, o Bahia entrou na Justiça Comum para que os dois jogos da decisão do Estadual fossem realizados na Fonte Nova, afinal, segundo os cartolas do clube de maior torcida no Estado, o Barradão não teria condições de abrigar uma partida daquele porte.

O final quase todo mundo já sabe: o processo rolou até 14 de janeiro de 2005, quando foi decidido que o título do Baianão daquele ano ficaria com os dois.

Além do troféu, o Bahia agora quer dividir também o estádio do arquirrival, tão menosprezado ao longo dos anos.

Segundo o presidente Petrônio Barradas – que foi procurado pela reportagem de ATEC, mas não atendeu aos telefonemas nem respondeu à mensagem deixada na secretária eletrônica – o prejuízo enorme que têm gerado os jogos no Estádio Armando Oliveira, em Camaçari, é o principal motivo para a mudança de opinião. No final do ano passado, o cartola descartava totalmente usar o Barradão.

O gerente de operações Claus Ditter afirmou que a quantia de R$ 39.046,19 arrecadada pelo Bahia nas três primeiras partidas no Armandão é irrisória e não dá nem para comparar com as despesas mensais do clube.

Porém, a decisão ainda não está tomada. Petrônio garantiu que vai se reunir com o conselho do clube e fazer uma enquete no site oficial.

Se dependesse da vontade dos rubro-negros, o Bahia estaria perdido. No final de 2007, 6.894 pessoas votaram contra o aluguel do Barradão, em enquete no site oficial do Vitória. Apenas 2.834 foram a favor. Mesmo assim, o presidente do clube, Jorge Sampaio, continua dizendo que está aberto para negociações.

“Estamos dispostos a conversar, mas nessa decisão tem que estar envolvidos governo do Estado e Federação Baiana também”, disse ele.

O que assusta Sampaio é o comportamento da torcida tricolor. “Quando tem Ba-Vi no Barradão temos um prejuízo muito grande porque eles depredam as dependências do estádio e nós ficamos receosos depois do que aconteceu na Fonte Nova”, afirmou o cartola, que, para liberar o Barradão, vai exigir seguro e aumento de policiamento e segurança particular”.

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