De Alean Rodrigues, no jornal A Tarde desta segunda-feira:
“Mesmo com a decisão surpreendente da diretoria do Bahia em reduzir pela metade o valor dos ingressos, ontem, não estimulou a torcida a comparecer em massa ao Jóia da Princesa. Houve apenas 1.450 pagantes.
O que se via durante toda a tarde foi um movimento fraco na bilheteria e nos portões de acesso. Os policiais militares, presentes para garantir a segurança, não tiveram muito trabalho, como é de costume no início dos jogos, já que muitos torcedores procuram confusão na entrada.
Vários torcedores tomaram um susto ao irem a até a bilheteria comprar o ingresso a preços reduzidos. Eles reclamaram que não foi divulgado que os preços seriam menores. Por isso, não levaram seuas familiares.
Para um ex-jogador do Fluminense, Gilmar Luiz de Santana, o Biribinha, o valor do ingresso espanta a torcida, já que está fora da realidade dos feirenses, que têm poder aquisitivo menor que os torcedores de Salvador.
Outro ponto lembrado por ele é que o fato de os dois times locais estarem com uma má campanha no campeonato faz com que a torcida perca o entusiasmo de vir para o estádio.
Além da má campanha, a televisão está transmitindo vários jogos. Então, o torcedor não vem para o estádio, pois precisa pagar preços absurdos e acaba por ficar em casa, onde ele assiste a jogos gratuitamente, analisou.
Outro que concorda com a opinião do ex-jogador é Antônio Jorge da Conceição, pai do meio-campista feirense Jorge Wagner, do São Paulo. Para ele, se a diretoria queria incentivar a torcida no momento em que decidiu baixar o custo do ingresso, ficou faltando avisar.
Não estou vindo sempre ao estádio, mas estranhei o fato de chegar e ver tudo quase vazio. A intenção de baixar o valor do ingresso foi boa, mas faltou divulgar, pois como o torcedor vai saber que o ingresso teve o valor reduzido?, questionou.
MAIS QUEIXAS A reclamação estava também nos que aproveitaram o jogo para esquentar a renda da família.
Há 15 anos comercializando cerveja, água mineral e refrigerante em frente ao Jóia da Princesa, a vendedora ambulante Helena Conceição revelou que estava aflita com o baixo movimento de espectadores, pois chegou duas horas antes do inicio do jogo e não tinha conseguido vender nada dos R$ 80 de mercadoria que levou para comercializar.
Sempre venho aos jogos e consigo tirar o que investir tranqüilamente. No dia em que vendo menos, saio daqui com R$ 150 no bolso. Mas hoje estou com medo de ficar com a mercadoria toda em casa, revelou ela.
O vendedor de camisas Cícero Lima é outro que reclamou da pouca presença de torcedores. Calculou que costuma vender entre 20 e 30 camisas por partida. Ontem, apenas duas pessoas compraram o produto antes do apito inicial, mesmo assim após conseguirem um desconto.
Se a diretoria baixasse o valor do ingresso o povo vinha para cá, mas eles insistem (no preço anterior), acabam prejudicando todo mundo. Sem falar que hoje tem festa em toda a cidade, frisou, frustrado.
Colaborou com o esvaziamento das arquibancadas, claro, a grande decepção dos torcedores com a eliminação do Bahia na Copa do Brasil, quatro dias antes, no empate de 2 a 2 com o Icasa, do Ceará, lá mesmo”.
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