De Edson Borges, na edição desta quinta-feira do jornal A Tarde:
A temporada de jogos do Bahia em Feira de Santana ainda não fez jus à fama de que o Tricolor de Aço é um time de massa, acostumado a estar bem posicionado no ranking das melhores arrecadações do País.
O desempenho do time só conseguiu, até agora, atrair média de três mil torcedores por jogo, com exceção do Ba-Vi do último Campeonato Baiano, quando o Jóia da Princesa recebeu cerca de 10 mil pessoas – mesmo assim, metade da capacidade do estádio.
Para o poder público, o Bahia não consegue renda nem para pagar as despesas de manutenção de iluminação do Estádio Alberto Oliveira, o Jóia da Princesa. Na iniciativa privada, basicamente nos setores de artigos esportivos, restaurantes e hotéis, a equipe da capital não aqueceu em nada a economia local.
Resumindo, a presença do tricolor em Feira de Santana tem sido como um jogo que não sai do 0 a 0. “A esperança é que o Estádio de Pituaçu não fique pronto no segundo semestre, como está previsto, e possamos ter jogos do Bahia com times de renome, como o Corinthians.
Por enquanto, a presença do tricolor em Feira não tem correspondido às expectativas. Um time que chega a botar 60 mil torcedores na Fonte Nova tem levado, em média, três mil para o Jóia”, disse Almir Pinto, diretor de Esportes da Secretaria Municipal de Cultura, Esportes e Lazer, ao tempo que ameniza a frustração afirmando que o Bahia, de qualquer forma, proporciona um entretenimento aos feirenses.
LUZ – “Somente para pagar as despesas com a manutenção da iluminação das torres, teríamos que ter três jogos do Bahia por mês. A prefeitura cobra 10% da renda e mais 5% de ISS da venda de ingressos, mas repassa metade da renda para a Liga Feirense de Desportos. Estes cálculos são uma praxe, rotineiros, para qualquer time, para qualquer jogo”, salientou José Fernandes Carneiro, administrador do Jóia da Princesa.
“Nós temos que computar todo o consumo de energia do estádio, o tratamento do gramado, mobilização de funcionários. Enfim, tudo que um jogo exige. Só não vemos aumento na arrecadação”, lamenta o dirigente.
Nos dois jogos que o Bahia fez este mês, a arrecadação totalizou R$ 74 mil. Foram R$ 32 mil na partida contra o Hawai e R$ 42 mil contra o ABC. Neste último, houve um aumento porque o tricolor resolveu fazer uma promoção, reduzindo de R$ 20 para R$ 10 o valor da inteira para os torcedores.
Lá embaixo – No setor de vendas de matéria esportivo, o Esquadrão de Aço não tem sido motivo de comemorações. Segundo Jessé Jorge de Lima, dono de uma das lojas mais conhecidas da cidade, não houve nenhum aquecimento na venda de camisas. Os preços variam de R$ 20 a R$ 45.
“A gente só vende mais quando o time vai bem. No último jogo, fui inclusive ao Jóia da Princesa e vi um Bahia péssimo. Um time sem qualquer articulação, sem jogadas. Saí de lá muito triste”, contou Jessé Lima.
Donos de bares, restaurantes e hotéis têm a mesma queixa, de acordo com um levantamento feito por Getúlio Andrade, presidente da associação que representa o setor. “Conversei com vários associados e todos foram unânimes em afirmar que não mudou nada”.
Isaac Ferreira Pereira, presidente do 2 de Julho, atual campeão amador de Feira de Santana, está muito contente com o Bahia em Feira. Motivo? A sede do time feirense, no bairro Tomba, tem TV por assinatura e o 2 de Julho consegue uma pequena receita com a transmissão dos jogos do tricolor. O ingresso custa somente R$ 2. Mesmo assim, poucos torcedores vão: “Umas 20 pessoas por jogo”, revelou Isaac Pereira.
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