Em entrevista ao site Terra Magazine, o conselheiro Paulo Maracajá disse que “encara naturalmente” a quebra dos seus sigilos bancário e fiscal. Utilizando a expressão da moda da diretoria do Bahia, o ex-presidente afirmou que a denúncia foi feita por “opositores radicais”.
– Eu avalio da seguinte maneira: aqui tem uma oposição radical, radical, na Bahia. Alguns setores da oposição me fazem oposição radical. Eles fizeram uma denúncia ao Ministério Público dizendo que eu exerço cargo no Bahia. Mas eu não exerço cargo nenhum, sou apenas um conselheiro. Sei que o Bahia está numa situação difícil e ajudo o Bahia da maneira que eu posso. E aí esse pessoal me denunciou ao Ministério Público. Contra um deles eu já entrei com duas queixas-crime. Uma na terceira vara crime e outra na quarta. São pessoas que não gostam de mim.
Maracajá admitiu influência na administração do Tricolor, porém negou ter efetuado pagamentos de despesas do clube. “O Ministério Público, para dirimir dúvidas, mandou quebrar meu sigilo bancário e fiscal, o que eu encaro naturalmente. Vai demonstrar que não tem nada demais. Quem está dizendo isso são os caras que me denunciaram. São os denunciantes. Não existe isso”, afirmou o ex-presidente.
O advogado do conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCM), Celso Castro, disse que ainda não tem o processo em mãos, porém apontou estranhezas: “Não estou entendendo porque se quer o sigilo bancário, já que se trata de um clube particular, não tem nada de verbas públicas. Não há acusação de ter recebido dinheiro do Bahia. Há a denúncia de interferência. Ele foi presidente, deu um título de campeão brasileiro, é natural que participe como torcedor. Esse fato não caracteriza ingerência indevida. “Co-gestão” é uma figura esquisita. Claro que um ex-presidente tem sempre um peso”, pondera o advogado.
A julgar por mais essa ação no Ministério Público e pela quantidade de mensagens de apoio ao jornalista Nelson Barros Neto, o número de “opositores radicais” deve ser maior do que os dirigentes do Bahia imaginavam.
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