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Candidatos a prefeito pedem democracia no Bahia

Notícia
Historico
Publicada em 24 de outubro de 2008 às 18:29 por Da Redação

Deu no jornal A Tarde desta quinta-feira:

“ESPORTE ENTRA EM CAMPO

Assunto ignorado ao longo de todo o primeiro turno, o desporto – um dos deveres do Estado brasileiro, segundo o art. 217 da Constituição Federal – virou um dos temas mais debatidos nesta reta final de campanha. Pegando carona sobretudo na polêmica sobre a reforma do Estádio de Pituaçu, o repórter Nelson Barros Neto aproveitou a mudança de panorama e, a três dias da eleição que definirá o gestor da capital baiana pelos próximos quatro anos, mostra as conversas que teve com os postulantes ao cargo. A ordem das respostas é a de quem primeiro foi encontrado. Veja as declarações e vá refletindo até domingo:

A TARDE ESPORTE CLUBE | Para qual time o senhor torce?
JOÃO HENRIQUE | Vitória.
WALTER PINHEIRO | Bahia.

ATEC | Quando foi a última vez que esteve em um estádio?
JH | Neste ano, no jogo Vitória 3 a 1 Portuguesa (2/10).
WP | Naquele fatídico empate na tragédia da Fonte Nova, quando o Bahia faturou a passagem para a Segunda Divisão (25/11/2007).

ATEC | Em nenhum dos dois grandes clubes do Estado (Ba-Vi) há eleição direta para presidente. O que o senhor acha disso?
JH | Como defensor da democracia como regra no convívio social, desejo, sim, eleições diretas em clubes de futebol, assim como em entidades de classe, entre outras agremiações.
WP | Acho importante que eles tivessem. São clubes de massa, cujas torcidas têm uma participação intensa, que não os abandonou nem mesmo na época de Terceira Divisão. Ano passado, o Bahia – que já teve até o movimento Democracia Tricolor, resultando em um acordo para (Antonio) Pithon assumir – batia direto tudo que era recorde de público… O soteropolitano é muito ligado ao futebol.

ATEC | Se eleito, pretende fazer algo para interferir na situação?
JH | A própria democracia confere aos membros destas associações o direito de definir como se processam as escolhas nestas organizações. Nem o prefeito, nem o governador, nem mesmo o presidente da República têm o poder para interferir. Voltando ao Vitória e ao Bahia, são os seus integrantes que determinarão como escolher seus presidentes. Torço para que seja da forma mais democrática possível, embora não vá interferir.
WP | Acho que é complicado, como prefeito, usar algum mecanismo que possa interferir. Quero ajudar o futebol como um todo, inclusive Ypiranga, Galícia, o velho Leônico, o Botafoguinho… Até porque Campeonato Baiano só com duas forças é ruim para os próprios Bahia e Vitória. Isso mascara, e quando chega no Brasileiro o time se arrebenta, vai para uma disputa irreal. Vamos tentar mexer nessa questão da democracia, mas sem usar mecanismo de intervenção do município. Como torcedor do Bahia, posso até me envolver – algo que nunca quis. Tanto, que na minha época de vereador, Osório (Villas Boas, ex-presidente) ficava brincando para eu ir para a direção do Bahia, mas nunca quis misturar as coisas, assim como na questão da fé. Sou inclusive contra político ir para Tribuna de Honra. Gosto de ficar onde sempre fui. Meu lugar era no centro do estádio. Acho esse um tipo de privilégio bobo. Mas, como prefeito, é complicado.

ATEC | O que o senhor achou do projeto escolhido pelo governo para a Copa do Mundo de 2014? Como a cidade pretende aproveitar o evento?
JH | Não conheço os detalhes, mas pelo que vi é um bom projeto, o estádio vai ficar muito bonito. Salvador tem todas as condições e merece isso: ser sede de um evento da magnitude do Carnaval. Participando da realização da Copa, a cidade só tem a ganhar com a geração de emprego, exploração do turismo, com os negócios que acontecerão em torno do evento, lotação de hotéis, enfim. Nossa meta é participar fornecendo todos os recursos disponíveis para abrilhantar essa festa e aproveitarmos tudo que ela nos oferecer. Nossa política é a de estimular o crescimento econômico da cidade.
WP | Tive a oportunidade de ver um dos projetos, acompanhei de perto o da empresa baiana, e não é pelo bairrismo, mas tive muita simpatia, vi muita qualidade. Quando viajo, costumo sempre visitar um estádio da cidade, coisa da época de jovem… acompanhava o Bahia em tudo que era lugar. Já fui ver jogo com o São Paulo, no Morumbi. Já ouvi muito dizer que a Fonte Nova tem muita similitude ao Estádio de Berlim… Na minha concepção, o que não pode acontecer é fazer só a arena e não aproveitar a Copa para a questão do entorno, aproveitar para se colocar alguns equipamentos que permitam outros esportes, etc. Sobre o projeto escolhido, baseado em Hannover, não sei os critérios utilizados, mas defendo que o prefeito entre de cabeça desde 2009.

ATEC | Numa situação parecida com a do Hospital do Subúrbio, só agora foi emitida uma licença ambiental para liberar as obras do Estádio de Pituaçu, mesmo assim de um órgão do Estado, quando se esperava que fosse do Município. O caso ganhou contornos eleitorais? O que o senhor tem a dizer sobre isso?
JH | A obra foi embargada pelo Ibama, que somente agora concedeu a licença ambiental. A prefeitura não tem qualquer responsabilidade sobre isso.
WP | Acho bobagem. O grande prejudicado nessa história toda foi o torcedor do Bahia e, agora que o estádio está ficando pronto, a tendência é que o governo negocie com o clube, não vejo problema nisso. Nossa idéia é aproveitar o momento para ajudar a melhorar os outros estádios da cidade, como o Barradão, o Parque Santiago e a Vila Canária, que estão em importantes áreas da cidade, onde poderíamos fazer uma parceria. O mesmo com os clubes sociais, onde se poderá negociar as dívidas.

ATEC | A questão do esporte foi muito pouco, ou quase nada, falada durante a campanha. Por que isso ocorreu? É menos importante? Não rende voto?
JH | Para nós, o esporte é fundamental, pois ajuda no combate às drogas, à violência, é bom para a saúde e cria novas oportunidades para os jovens. Consideramos o assunto tão importante que criamos a Secretaria de Esporte, uma pasta que tem realizado muitas ações. Durante o primeiro turno, nossa campanha dedicou tempo à área. Mantivemos encontros com diversas entidades do segmento esportivo, ouvindo sugestões, apresentando nossa proposta de governo para o setor. Nossa preocupação para com o esporte não é eleitoral. Apostamos na área como forma de melhorar a qualidade de vida dos moradores de Salvador, especialmente jovens. Durante esta gestão, promovemos a qualidade de vários campos de futebol de bairros, especialmente com iluminação. Fizemos o mesmo nas praias, onde é comum a prática de esportes, especialmente o futebol.
WP | Nós colocamos muito, sim. Inserimos em um programa nosso, o Bairro Educador, que coloca a área como essencial. Pretendemos lançar as academias públicas, aproveitar as áreas da orla, as da praia, pegar a meninada nas escolas, seduzir os jovens, etc…

ATEC | Quais são os maiores problemas do esporte na cidade? Como resolvê-los?
JH | Evidentemente que a falta de incentivo, de patrocínio e de cultura sobre a importância da prática esportiva para o crescimento pessoal. É um problema nacional e histórico… Como há poucos recursos, a prefeitura sozinha pode fazer muito pouco, mas vem buscando melhorias para o setor. No passado, sequer havia uma secretaria de Esportes. Com o nosso secretário Acelino Popó Freitas, estamos incentivando a realização de torneios em parceria com as associações comunitárias, com dezenas delas. Com uma personalidade conhecida e admirada como o Popó, podemos sensibilizar a sociedade a apoiar mais as práticas esportivas. Também temos procurado sensibilizar empresas para que se engajem nesta tarefa. Temos que acabar com essa cultura de ver nossos atletas indo para outros Estados buscar patrocínio.
WP | O principal problema é a ausência de políticas para o esporte. Apesar de ter se instalado uma secretaria, a pasta acabou em segundo plano, vemos a completa ausência de infra-estrutura para o esporte, ausência de praças esportivas nas ruas e nos bairros, assim como na própria estrutura pública, até para se colocar como sede de determinadas competições nacionais. Pituaçu, por exemplo, seria transformado em um complexo esportivo, inclusive foi fruto de uma emenda feita por nós. Tanto, que quando teve a tragédia da Fonte Nova, o governador nos procurou para dizer que seria necessário uma mudança de planos para resolver o problema da falta de uma praça. Essa foi uma demonstração inclusive para ajudar o Bahia, e agora não tem mais como reverter isso. Nossa idéia é repetir o projeto da construção de um novo estádio em Cajazeiras, do governo do Estado, em outros locais da cidade. Temos também o programa Educação em Tempo Integral. Vamos fazer parcerias com diversos clubes e instituições que tenham equipamentos esportivos, além de estimular áreas de Salvador que possam potencializar o assunto. Estamos discutindo com a Universidade Federal a implantação de um centro de Medicina Esportiva na Ribeira. Tem também a questão do remo, esporte tradicional na cidade, que precisa ter os clubes resgatados, como o Itapagipe.

ATEC | O candidato pretende promover uma espécie de FazAtleta em âmbito municipal, para dar patrocínio aos atletas?
JH | Nós já temos o Programa Adote uma Quadra, que proporciona incentivos fiscais a empresas que firmarem parcerias com a prefeitura para a construção de novos espaços esportivos. Nossa proposta é ampliar esse programa e criar o Adote um Atleta, estimulando o patrocínio de atletas por empresas instaladas em Salvador, nos mesmos moldes do anterior.
WP | Temos a meta de criar programas que possam estimular as competições entre escolas e entre bairros, temos discutido isso muito com Bobô (superintendente da Sudesb), além de programas de fomento aos atletas, sem dúvida alguma, como o Bolsa Atleta do Governo Federal.

ATEC | E essa história de ciclovia. É verdade? Qual o projeto
JH | Não é projeto, é realidade. Já aumentamos em 20 km a ciclovia da orla, ampliando até o aeroporto. Integrado ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) há o Plano Diretor da Ciclovia, que prevê a implantação de ciclovias nos principais corredores de tráfego. Nossa disposição é estimular o uso da bicicleta não apenas como prática esportiva, mas como meio de transporte. As estações do metrô e do trem vão dispor de bicicletário, o que já foi implantado na estação da Calçada.
WP | Nossa idéia é implantar em seis corredores de tráfego da cidade, aproveitando principalmente as avenidas de vale. É o projeto Pedala Salvador, que servirá tanto para o esporte, como para o trabalho.”

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