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Hérois de 59 cobram reconhecimento oficial da CBF

Notícia
Historico
Publicada em 29 de março de 2009 às 17:55 por Da Redação

Há exatos 49 anos, o Brasil se rendia pela primeira vez ao Esporte Clube Bahia. Como no título de 88, cuja comemoração das duas décadas de conquista ainda está fresca na memória do torcedor (foi em fevereiro), a Taça Brasil de 59 foi levantada apenas na temporada seguinte. Daí não ser agora o aguardado cinquentenário, mas em 2010.

“Ganhamos do Santos de Pelé, dono até hoje do melhor ataque do mundo”, gaba-se Leone, volante e capitão do Bahia naquela campanha. Ao todo, foram 14 jogos em sistema eliminatório contra CSA/AL, Ceará, Sport, Vasco e o todo-poderoso Peixe.

A finalíssima, realizada no campo neutro – e sagrado – do Maracanã, após triunfo na Vila Belmiro e derrota na Fonte Nova, precisou esperar três meses devido à decisão do Campeonato Paulista e a uma subsequente excursão santista para a Europa.

Graças a ela, o ‘Rei do Futebol’, que balançou as redes nas duas primeiras partidas, terminou vetado da peleja no Rio.

Machucado, ele viu das arquibancadas a virada tricolor por 3 a 1. Coutinho abriu o placar aos 27 minutos da etapa inicial, porém Vicente (de falta, aos 37), Léo Briglia (aproveitando rebote em escanteio, logo a 1 minuto do segundo tempo) e Alencar (driblando o zagueiro Zé Carlos, aos 31) decretaram o resultado assinalado pelo árbitro Frederico Lopes.

Era o presente de 411º aniversário de Salvador.

Novo ranking

Quase meio século se passou, e um grupo liderado por Palmeiras e Santos, exatamente na semana do título azul, vermelho e branco, lança um dossiê pela unificação dos canecos nacionais levantados antes de 1971. Só a partir daí é que estreia o que hoje se denomina Campeonato Brasileiro.

“A CBF se mostrou favorável a receber os documentos. As glórias já são reconhecidas pela entidade.

O que a gente quer é unificar”, explica José Carlos Peres, superintendente de negócios do alvinegro praiano. Em caso positivo, a dupla lideraria o ranking de clubes com oito troféus; Fluminense, Botafogo e Cruzeiro faturariam mais um; e o Bahia seria oficialmente bi-brasileiro.

Destilando confiança, Peres fala que o projeto começou em 2007 e ressalta as mudanças de nome do próprio Brasileirão, que só ficou assim em 89 – antes foi Campeonato Nacional, Taça de Ouro e Copa União. “As provas são tão vivas, que não tem discussão nenhuma”, conclui.

Enquanto Virgilio Elísio, diretortécnico da CBF, diz que a decisão deverá ser demorada – e reconhece o caráter político da história –, os heróis de 59 apoiam o pleito. “Acho que o título foi muito importante para ser ‘apenas’ Taça Brasil”, afirma Leone, direto de Araruama/RJ, onde reside.

“Seria uma coisa justa, não porque eu tenha participado, mas porque havia o campeão de cada Estado”, acredita o ex-goleiro Nadinho, 78 anos, morador de Itapuã. “Se jogamos a Taça Brasil conforme se resolveu, por que não junta tudo?”, indaga o ponta Marito, 76, vivendo no Canela.

De Itabuna, por fim, o atacante Léo é enfático: “Precisa, sim, até porque ninguém reconhece…

E foi uma guerra para conquistarmos aquilo ali”.

A Tarde

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