Em entrevista publicada nesta terça-feira no site Bahia Notícias, o presidente do Bahia, Marcelo Guimarães Filho falou bastante, desconversou mais ainda e revelou muito pouco. A conversa com o repórter Éder Ferrari foi uma espécie de balanço dos quatro meses de gestão do cartola. Confira, abaixo, um resumo crítico.
Preço dos ingressos
De novidade mesmo, a declaração de que foi dele, Marcelinho, a decisão sobre a cobrança de ingressos para crianças entre 5 e 12 anos em Pituaçu. O presidente disse ainda que não vai ceder aos apelos de seus correligionários pmdebistas, o prefeito João Henrique e o ministro Geddel. A dupla pediu a redução para fazer média com a Nação Tricolor, afinal, além de torcer, ela vota. A justificativa de Marcelo foi de que os valores de R$ 20,00 e R$ 30,00 são compatíveis com a correção da inflação desde 1998 e que eles cabem no bolso da torcida.
Mas, na argumentação, Marcelinho pisou na bola. Disse que em Salvador aconteciam semanalmente shows a R$ 50,00. O presidente só se esqueceu que estes shows não são para 30 mil pessoas e que, a maioria da torcida tricolor, comprovadamente de baixa renda, não é público de tais eventos.
Paulo Carneiro
Sobre Paulo Carneiro, Marcelinho elogiou o funcionário, dizendo que o trabalho dele por enquanto está “a contento” e minimizou os propalados superpoderes do ex-conselheiro rubro-negro. Afirmou que Paulo cuida do que é inerente ao futebol e que, mesmo nisso, a última palavra é do presidente. Também jogou panos quentes na presença constante do empresário de jogadores Orlando da Hora nos bastidores do clube – “enquanto estiver nos ajudando, estará aqui”.
Estádio próprio
Marcelinho declarou ter planos para o Bahia possuir um estádio próprio, que pode ou não ser Pituaçu. O cartola mostrou certa insatisfação com o Roberto Santos. Segundo o presidente, a limitação da exploração do espaço publicitário, problemas de logística, como a polêmica pela confecção de ingressos, e o preço cobrado pelo aluguel do estádio seriam os principais motivos para investir numa praça própria.
Novo CT e patrocínio
Como todo bom político, não podiam faltar as promessas no discurso do deputado federal Marcelo Guimarães Filho. Ele disse que, nos próximos 90 dias terá novidades sobre a construção do novo centro de treinamentos e que é “muito provável” que o clube apresente um patrocinador máster das camisas antes da Série B. Usou a desculpa da moda, a “crise internacional”, para justificar porque o patrocínio ainda não foi fechado.
Estaremos divulgando…
Ainda no campo das promessas, só que as “não cumpridas”, Marcelo foi evasivo. Apontou a “falta de tempo” como principal culpada pela não publicação das contas do clube, a ausência das reformas do estatuto para possibilitar as eleições diretas e a não divulgação dos membros do Conselho Deliberativo. Neste ponto, lançou até um gerundismo típico de atendente de telemarketing para se explicar – “em breve ele (o presidente do Conselho, Rui Acciolly) estará divulgando o edital para a convocação do conselho para que sejam aprovadas as mudanças previstas no estatuto do clube”. Tomara que Rui ao menos seja mais eficiente que as telefonistas de call center de cartão de crédito e cia.
Saída do vice
O filho de Marcelo Guimarães também foi vago ao falar da saída do vice-presidente Gilberto Bastos – “prefiro não entrar em detalhes e deixo a cargo do Gilberto fazer isso”.
Sede de praia
A situação da sede de praia foi outro tema abordado na entrevista. Marcelo declarou que não está desesperado para vender o imóvel e que só vai se desfazer dele quando o negócio for bom para o Bahia. O dirigente admitiu a existência da proposta de R$ 30 milhões do empresário Jorge Roque, mas disse não ter recebido garantias do pagamento.
Frustrações
Marcelo mostrou-se frustrado ao falar de dois assuntos – os desempenhos dos programas de fidelidade “Bahia Vip” e “Bora Bahêa”, e das contratações equivocadas. Com relação aos projetos do marketing, o presidente afirmou que esperava vendas maiores, mas que o lançamento coincidente com um momento ruim da equipe em campo atrapalhou. Sobre o time, admitiu que errou com alguns jogadores, mas que acertou mais e que as peças reprovadas serão repostas para a Série B.
CBF x FBA
Na pauta Segundona, Marcelinho apoiou a CBF na decisão de assumir a gerencia da cota de televisionamento da FBA. Disse que a atitude teve influência da Globo e que o Bahia faz parte da comissão de cinco clubes que vão representar todos os participantes da Série B junto à Confederação.
Aposta no casamento
O estado civil do atacante Joãozinho é a grande aposta de Marcelinho para que o atacante maneire nas farras e faça os gols que a torcida espera. acredito que ele vai cumprir com todas as determinações e, grande jogador como é, irá nos ajudar muito dentro de campo. Ah, inclusive, agora ele está casado, o que já ajuda né?
Zé Eduardo e Márcio Martins
Marcelinho foi questionado se haveria alguma recomendação para que a diretoria e a assessoria de imprensa do Bahia boicotassem a equipe de rádio da Itapoã FM, comandada por Zé Eduardo e Márcio Martins, que é colunista do site onde a entrevista foi publicada. O presidente foi taxativo. Disse que tal ordem não existia e que sabia conviver com as críticas, apesar de achar que alguns setores da imprensa exageram, batendo sempre na mesma tecla, usando um tipo de pressão que não existe.
Pontos positivos
O presidente também ressaltou, é claro, os pontos positivos de sua administração e que são, é bem verdade, inquestionáveis, como a quitação de parte dos débitos com os funcionários (apesar de ainda não ter pago dois dos cinco meses que foram deixados em atraso pela gestão anterior), as reformas do Fazendão e a montagem de um time titular competitivo. No fim, disse que está trabalhando duro e que confia que, ainda este ano, o Bahia volta à Primeira Divisão. Estamos torcendo!
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