A quantidade de dirigentes do Bahia, ou melhor, a falta deles, na chegada de Paulo Comelli a Salvador, na noite desta quarta-feira, dá bem a dimensão do prestígio do treinador junto à diretoria do clube. Simplesmente nenhum cartola do clube foi dar as boas-vindas ao técnico no aeroporto – apenas o motorista e o assessor de imprensa do Esquadrão foram buscá-lo.
Contratado para o lugar de Alexandre Gallo, demitido no último domingo, Comelli foi apenas a sexta opção do Bahia, que só acertou com ele após as recusas de Vadão, Benazzi, Chamusca, Geninho e Nelsinho Baptista. Daí, o desprestígio com a alta cúpula do Esquadrão. Atitude, entretanto, injustificável, já que é de Comelli a missão de recolocar o clube nos trilhos da Série B. Por isso, até pelo caráter que já demonstrou ter, o profissional merecia mais respeito da diretoria.
Indiferente ao descaso dos cartolas, Comelli mostrou empolgação com o retorno ao Bahia, após exato um ano de sua primeira e única passagem pelo Fazendão. “A situação (no Brasileiro, o time é o 11º colocado, a cinco pontos do G-4) é absolutamente reversível. O Bahia se modernizou muito nesse ano que fiquei fora. Melhorou a estrutura. Agora tem um estádio em Salvador e a força dessa torcida maravilhosa que eu finalmente vou ter a possibilidade de trabalhar ao lado. Estou muito contente por ter voltado”, declarou o técnico.
Em 2008, Comelli comandou o Esquadrão no Estadual, na Copa do Brasil e nas quatro primeiras rodadas da Série B. O clube mandou todos os jogos fora de Salvador, em Feira e Camaçari, por conta da interdição da Fonte Nova. Daí a referência ao ineditismo de jogar ao lado da massa tricolor.
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