Sem contar com o futebol vistoso do meia Kaká, com as pedaladas do atacante Robinho, com os gols do atacante Luís Fabiano e com a garra do capitão Lúcio, a seleção brasileira aposta em um reserva para servir de “embaixador” junto à torcida baiana. Nesta quarta-feira, o Brasil encara o Chile no estádio de Pituaçu, em Salvador, pelas eliminatórias da Copa de 2010.
O lateral Daniel Alves, único do elenco natural da Bahia, pode começar a partida no banco, já que Maicon é o titular. Mesmo assim, foi o mais assediado na entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda, mesmo tendo ao seu lado os titulares Gilberto Silva, Luisão e André Santos.
“Se tivesse ao meu alcance até de goleiro eu jogaria. Para jogar diante desse povo maravilhoso, qualquer esforço é válido”, discursou o jogador do Barcelona, quando questionado sobre a possibilidade de atuar improvisado no meio-de-campo.
Para o “embaixador” baiano da seleção, o local do jogo desta quarta veio a calhar para o momento. “Não poderíamos jogar num lugar melhor. A alegria do povo baiano contagia a seleção brasileira. Eu sou um privilegiado por ter jogado num clube da Bahia e estar voltando aqui pela seleção. O carinho desse povo é maravilhoso”, discursou.
Apesar da visível empolgação, o lateral acredita que só haverá motivo para festa se a seleção confirmar o favoritismo diante do Chile em campo. “Se tivesse sonhado um dia em voltar à minha casa com a seleção brasileira não acreditaria que poderia acontecer. Temos a oportunidade magnífica de comemorar a classificação brasileira aqui, mas só depois do jogo.”
Revelado pelo Juazeiro, time de sua cidade natal, Daniel Alves estreou profissionalmente pelo Bahia em 2001, quando a equipe ainda disputava a primeira divisão do Campeonato Brasileiro e era comandada pelo técnico Evaristo de Macedo. Apesar disso, fará sua estreia como profissional no estádio de Pituaçu, onde só atuou como amador. Na época em que deixou o clube para defender o Sevilla, em 2003, o Bahia mandava seus jogos na Fonte Nova.
Daniel Alves descarta que haja qualquer tipo de preconceito contra nordestinos na seleção. Diplomático, tampouco evitou tecer críticas à falta de estrutura dos clubes baianos.
“Antes havia um debate sobre por que só jogador que atua fora do Brasil era convocado. Sempre vai haver essa polêmica, mas isto tem que ser visto pelo lado positivo. Os jogadores que estão aqui são os melhores para o treinador”, desconversou.
Uol Esporte
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