A velha ladainha dos treinadores já começou a ser tocada. Ao descer em Salvador com mais uma derrota na mala, alguns jogadores e principalmente o técnico Bonamigo começaram a repetir uma espécie de mantra dos prospectivos rebaixados: “apoio da torcida no estádio”. O comandante tricolor declarou: “Temos cinco partidas em casa e gostaria de contar com o apoio da Nação Tricolor.”
A história se repete todos os anos em todas as divisões; o time joga mal, dá vexame, ridiculariza e humilha seu torcedor e quando se vê atolado até o pescoço de matéria fecal e como os salários já estão atrasados há alguns meses, começa a pedir apoio ao “verdadeiro torcedor”, para lotar os estádios e empurrar os onze em campo.
Infelizmente a história, não só a do Bahia, mas especialmente a dele, mostra que apoio da torcida não empurra time ruim. Basta ver a média de público e renda do ex-quadrão de aço no primeiro turno em 2002 e 2003 na saudosa primeira divisão do brasileiro, durante toda a campanha de 2004 e até mesmo nas primeiras rodadas dos nacionais de 2005 e 2006.
Em 2007, não fosse a ruindade dos oponentes, a ajuda providencial do juiz contra o Fast e o gol espírita de Charles, o apoio da torcida também não surtiria efeito.
Outra prova disso foi a campanha de 2008. Sem renda, sem apoio da torcida, num campo ruim e com uma folha de pagamento que hoje não pagaria nem a dívida contraída com o antigo presidente do rival de Canabrava, o time a essa altura do campeonato estava numa situação menos vexatória.
Diante do exposto, somado à crassa inaptidão da maioria dos jogadores para disputar um campeonato ruim como é a segunda divisão do brasileiro, o que levaria um torcedor a ir ao estádio numa noite de sexta feira, tirar R$10,00 do bolso, tomar cerveja sem álcool e ainda correr o risco de sair do estádio com ressaca e um princípio de infarto causado pelo espetáculo apresentado pelo “time”? A resposta pelo visto é o amor incondicional a um clube que deixou de vencer há mais de 7 anos.
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