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“Com essa folha, é difícil fazer um time que suba”

Notícia
Historico
Publicada em 11 de dezembro de 2009 às 12:07 por Da Redação

Confira abaixo a entrevista completa que o repórter Daniel Dórea, do jornal A Tarde fez por telefone com o presidente do Bahia, Marcelo Guimarães Filho, que estava em Brasília e admitiu que com uma folha de R$ 400 mil, é difícil montar um time pra subir:

AT – Quando saiu do Bahia, Paulo Carneiro disse que o principal erro do clube foi dar liberdade demais ao empresário Orlando da Hora. Na sua opinião, qual foi o maior equívoco?
Marcelo Guimarães Filho – Acho que nós erramos no futebol. Na passagem do Campeonato Baiano para o Brasileiro, não tivemos competência para qualificar o time da maneira que ele precisava. Não faltou empenho para isso, mas tivemos dificuldades por falta de recursos.

AT – E sobre o que Carneiro disse?
MF –
Quem estava à frente do departamento de futebol naquela época era ele. Se Orlando tinha realmente muita liberdade, a responsabilidade era dele. Agora, sobre Orlando, ele é Bahia, mas, obviamente, busca seus interesses como empresário. Precisamos trabalhar com esses empresários, mas respeitando os interesses do clube.

AT – Você se arrepende de algo?
MF –
Não, essa palavra é muito forte. Não tem nada que mereça essa denominação.

AT – Nem de ter nomeado Paulo Carneiro como gestor?
MF –
Eu não faria de novo. Eu me dava muito bem com Paulo, mas faltou aquela identificação com o Bahia.

AT – Esperava um resultado melhor em 2009?
MF –
Sabia que seria difícil, mas lógico que esperava um resultado melhor. Agora, nós avançamos em muita coisa. Não avalio que tenha sido um ano perdido. No futebol, não tivemos bons resultados, mas nós evoluímos muito na estrutura. O Fazendão não tinha academia, fisioterapia, fisiologia… fizemos recuperação dos campos e avançamos bastante também no departamento de futebol amador, com Newton Mota à frente. Tudo isso vai dar resultado a longo e médio prazo.

AT – Suas viagens à Brasília, para cumprir o dever de deputado, atrapalham?
MF –
Não. Trabalho muito mais tempo do que anteriormente, mas a gente tem exemplos no país inteiro de presidentes que têm outras atividades e muitas vezes têm sucesso.

AT – Quem toma conta do Bahia quando você está aqui? Se fala muito na influência do seu pai… (Marcelo Guimarães, ex-presidente do clube)
MF –
Meu pai? Isso eu desminto veementemente. Ele é um conselheiro do clube e uma pessoa próxima a mim, mas tem as ideias dele e eu tenho as minhas. A gente tem uma equipe, agora, o Tiago (Cintra, vice-presidente financeiro) tem uma aproximação maior comigo, pois nos conhecemos há muito tempo.

AT – E o caso de Ruy Accioly, que tem grande rejeição da torcida e continua como presidente do Conselho Deliberativo?
MF –
É como você falou. Ele é presidente do Conselho. O Bahia tem três órgãos de poder: o Conselho Deliberativo, um órgão de consulta e deliberação, o Conselho Fiscal e a Diretoria Executiva, da qual Ruy Accioly não faz parte.

AT – O fracasso no Bahia atrapalharia sua vida política?
MF –
Não. Eu levei isso em consideração quando me candidatei e as coisas estão bem distintas uma da outra. Disputei três eleições e venci sem ter cargo no Bahia. Acho que o torcedor vai saber diferenciar.

AT – E a promessa de raspar a cabeça se o Bahia não subisse?
MF –
É verdade. Vou ter que fazer. O campeonato acabou, mas eu dei a palavra e vou cumprir.

AT – Vai passar máquina zero?
MF –
Não falei zero, né? Mas a gente vai ter que resolver isso até o final do ano.

AT – Em que pé anda a desapropriação da sede de praia?
MF –
A gente levou esse problema para o Conselho e para a assembleia geral e a proposta da prefeitura foi aprovada. João Henrique decidiu desapropriar a sede e ela já está desapropriada. A tramitação desse procedimento já iniciou na prefeitura e a gente está aguardando.

AT – E o novo CT?
MF –
Continuamos em negociação com a OAS. A dificuldade que a gente tem é encontrar um terreno que viabilize uma obra desse porte. Encontramos cinco, seis terrenos e estamos avaliando. É um processo demorado, infelizmente, e, quando ficar pronto o projeto, levaremos para o Conselho Deliberativo.

AT – Como está essa parceria com a OAS? Além do CT, tem a Nova Fonte e o patrocínio da camisa.
MF –
Está sendo muito boa para o Bahia. Já é patrocinadora master, com contrato de um ano, e temos outros projetos tocando juntos.

AT – Qual a proposta que mais te atrai para o novo estádio? Da Lusoarenas ou da Stadion Amsterdam, em parceria com a OAS?
MF –
Fomos procurados pela Lusoarenas e o projeto já está sendo tocado. O Bahia, infelizmente, não tem estádio. É um erro histórico. E, agora, temos também a proposta da Stadion Amsterdam, que nos convida oficialmente para participar do projeto da Nova Fonte. Há uma clara preferência do torcedor do Bahia de jogar na Fonte Nova, mas o que eu vou fazer é procurar o que for melhor para o clube. Se o projeto da Fonte Nova for melhor, apoiaramos ele.

AT – Por que só as contas do primeiro trimestre foram colocadas no site oficial do clube?
MF –
Nós vamos colocar também as outras. Elas já estão prontas, mas ainda não tivemos tempo de sentar com nosso contador para a gente conhecer as contas. Inclusive, pretendemos convocar o Conselho para prestar as contas e mostrar o orçamento do ano que vem, também já pronto.

AT – Você disse que é impossível montar time competitivo com folha menor que R$ 500 mil. A de 2010 não será de R$ 400 mil?
MF –
Precisamos economizar, mas eu falo em torno de R$ 400 mil, isso é uma base. O número pode variar para cima ou para baixo. Mas eu repito: com essa folha, é difícil fazer um time que suba.

AT – Você é a favor da contratação de um técnico de ponta?
MF –
Sim. O Bahia, por suas tradições, precisa ter um treinador de peso, que projete o clube e leve o torcedor ao estádio. Agora, ser a favor é uma coisa e poder fazer é outra. Estamos tentando.

AT – E como estão as negociações?
MF –
O mercado está difícil, mas estamos em busca. Joel Santana é um nome que gostamos bastante, mas nem chegamos a conversar. Está fora da nossa realidade. Geninho está no mercado, mas também não é fácil trazê-lo.

AT – Quem é o responsável pelas contratações no Bahia?
MF –
O presidente responde por tudo, mas temos uma equipe de trabalho. Elizeu, depois de mim, é quem dá a palavra no futebol. Mas temos também o supervisor Roberto Passos e o observador técnico Aldo França para ajudar.

AT – O Bahia trouxe o lateral Daniel de volta? Alex Maranhão não seria melhor?
MF –
Não chegamos a um acordo com Maranhão, que foi bem no final do campeonato, mas precisávamos de alguém com um salário mais em conta. Daniel vem para o Baiano e, se for bem, fica para o Brasileiro.

AT – É uma indicação do advogado Wellington Cerqueira, assim como o meia Tiago Neiva, que até hoje treina no Fazendão…
MF –
É, mas vamos ver o que vai acontecer no Estadual.

AT – Quando será a assembleia para aprovação do estatuto?
MF –
A gente pretende convocar a assembleia. É um assunto delicado. Uma promessa que eu fiz e vamos cumprir. Aliás, a proposta já foi aprovada no Conselho. Tenho certeza de que é um estatuto muito mais avançado do que o atual. Agora, se a assembleia não aprovar, vai valer o texto que existe hoje, muito atrasado e que deixa o clube fechado.

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