A matéria abaixo é de Daniel Dórea, no jornal A Tarde desta sexta-feira:
“Rogerinho não admite, mas é cheio de marra. Anda diferente, empina o nariz, é auto-confiante… No mínimo, um jogador difícil de se lidar.
Há um mês sem atuar, ele diz que está pronto e que, finalmente, as dores no tornozelo passaram. Dores que, segundo o coordenador-médico do Bahia, Marcos Lopes, nunca significaram lesão. Ele realmente teve uma entorse, mas ficou de 10 a 15 dias se queixando e nós não detectamos nada. Nunca questionamos o que ele diz. A dor é imperativa, sentenciou.
Apesar de estar apto, Rogerinho não joga neste sábado, contra o Duque de Caxias. Opção tática do treinador, que garante não dar nenhum tratamento especial ao meia. Em entrevista exclusiva, ele fala sobre todos os assuntos polêmicos em que se envolveu desde sua chegada.
A TARDE – Já faz um mês que você não joga. Está pronto?
Rogerinho – Com certeza. Venho treinando normalmente há uma semana e já disputei dois coletivos.
Mas a relação de concentrados saiu e você não vai.
Ah… isso é normal. Todo mundo fica chateado, mas é opção do treinador.
Qual foi o problema que te tirou de combate por todo esse tempo?
Eu torci o tornozelo. Tive muitas dores e não conseguia suportar.
O departamento médico disse não ter detectado lesão. Por isso, teve gente que achou que você deu migué.
Toda vez é assim. Nenhum médico aqui segura nada. Fiquei chateado, pois cada um deveria assumir sua responsabilidade. Sempre que eu me machuquei no Bahia, deu problema. Na primeira vez (ainda durante o Estadual), disseram que era por causa de dinheiro. Agora, foi migué. As pessoas têm que entender que a dor é subjetiva.
Você veio como grande contratação, mas a coisa não deslanchou como o esperado. Acha que fez sua parte?
Claro. Desde que cheguei, sempre dei o meu melhor. É lógico que em alguns jogos não fiz o esperado, mas sempre tentei. Minha avaliação é que estou tendo um ano muito bom.
Aquele episódio dos gestos obscenos à torcida (Bahia 1×1 Brasiliense, em 21/8) foi superado ou ficaram rusgas?
Não posso fazer mais nada. Sei que eu agi errado ali, mas já pedi desculpas aos torcedores.
E a torcida continua pegando no seu pé quando te encontra na rua?
Todo mundo é cobrado, mas eles pegam no meu pé mesmo. Tem uns que falam normal, dão apoio e a gente agradece. Já outros só fazem criticar e eu tenho que fingir que não ouvi.
Você tem fama de marrento. É esse seu estilo?
Não.
Nada? Nem daquele marrentinho tipo Romário?
Não fiz um terço do que Romário já fez na carreira. Não me acho marrento.
Mas é individualista?
Sou. Até onde cheguei, foi por causa dos meus méritos, minhas características, que sempre foram o drible e o chute.
Como você é fora de campo? Ninguém deve se meter com o que você faz na folga?
Claro. Cada um faz o que quer. Eu gosto de sair mesmo, faço minhas coisas, faço o que quero.
E a reação do torcedor que te encontra na noite?
Pegam no pé, mas todo mundo fala o que bem entende. Tenho meu direito.
Todo mundo vê que você sabe jogar bola. Por que sua carreira não decolou?
Estão faltando oportunidades. Nunca joguei em um time de ponta, sempre aqui no Norte/Nordeste. Mas tenho fé que daqui pra frente vão surgir coisas boas.
Apesar de tudo, sua vida em Salvador é boa?
É… até que é uma cidade tranquila pra minha esposa e meu filho. “
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