De Daniel Dórea, no jornal A Tarde desta terça-feira:
“Faz apenas dois meses e meio, mas parece uma eternidade. No dia 14 de agosto, Márcio Araújo comandou o Bahia pela primeira vez, após a saída de Renato Gaúcho para o Grêmio. O adversário era o Coritiba, o mesmo desta noite. Mas a equipe era bem diferente. Quatro peças que serão titulares hoje não participaram daquela partida: Fernando, Arilton, Luizão e Adriano.
O esquema montado por Gaúcho era outro, em tese mais ofensivo. E, logo de cara, na primeira tentativa de dar maior equilíbrio, Márcio se deu mal. O time levou 2 a 0 e ele foi apontado como o principal culpado. Teve até gente pedindo a cabeça dotreinador, sem imaginar que, hoje, ele estaria com o Esquadrão na espreita da liderança.
Não era nem pra eu ter ido para aquele jogo, pois eu tinha só dois dias de Bahia. Nem conhecia os jogadores. Depois de tudo, graças a Deus e ao trabalho de todos, posso dizer que consegui ficar vivo até aqui (risos). Algo difícil no futebol brasileiro, valoriza.
No pouco tempo de trabalho no Fazendão, Araújo sentiu tudo que é tipo de emoção. Vivemos momentos de pressão negativa, como no jogo contra o Brasiliense, quando sofremos muitas vaias. E agora vivemos uma pressão boa, de paixão, que me deixa confiante, só que com muita responsabilidade, diz o técnico, que recusa o papel de ator principal: Sou coadjuvante. As estrelas dentro do campo são os jogadores e fora dele é a torcida. A comissão só trabalha pra tudo acontecer.
O incrível fanatismo da turma tricolor costuma encantar quem vem de fora. E mesmo o paulista Márcio, do alto de seus 50 anos de idade, admite que a curta passagem pelo Fazendão já transformou sua vida. Este é um momento mágico da minha carreira. Algo diferente de tudo que já vivi no futebol. Em um país onde as pessoas não acreditam mais em nada, é comovente ver o quanto essa torcida acredita no Bahia. Foi um crescimento para mim, afirma.
Sobre o que mudou daquele time da sua estreia para o atual, ele prefere não comentar. Seria um desrespeito com o técnico anterior, justifica. Sem comparações, ele diz como vê o time hoje: Temos um grupo unido, que acreditou no projeto do Bahia. Com a base formada pelo Renato, tivemos condição de fazer esta bela campanha.
NÚMEROS E CURIOSIDADES DE MÁRCIO NO TRICOLOR
O MELHOR
Apesar da boa campanha do time sob o comando de Renato Gaúcho, Márcio o supera por pouco, com aproveitamento de 61%. Renato fez 59% dos pontos
VISITANTE CRUEL
O aproveitamento do Bahia fora de casa, que já era bom com o técnico anterior (50%), melhorou com Márcio. Foram cinco vitórias, dois empates e só três derrotas (57%)
O VANGUARDISTA
Márcio levou a equipe a três triunfos seguidos em casa na Série B, contra Guaratinguetá, Náutico e ASA. Inédito”
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