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Rogério se vê com grande chance da vida

Notícia
Historico
Publicada em 11 de dezembro de 2010 às 16:38 por Da Redação

A temporada de 2011 promete ser especial para o técnico Rogério Lourenço. Após deixar o Flamengo de uma forma inesperada, ele foi escolhido pela diretoria do Bahia para comandar a equipe no ano em que o clube retorna para a Série A do Campeonato Brasileiro. Por isso, considera essa oportunidade essencial para que sua carreira tome um rumo definitivo e a imagem possa se desvencilhar do rubro-negro.

Além da expectativa de ter ao seu lado uma das torcidas mais vibrantes do futebol brasileiro, Rogério Lourenço tem como primeiro objetivo conquistar o título do Campeonato Baiano, que não é vendido pelo clube desde 2001. Confira entrevista ao Globoesporte.com:

Você deve ter recebido algumas outras propostas, mas escolheu o Bahia. O que foi mais decisivo para aceitar?
Realmente tive algumas sondagens durante a fase final do Brasileiro de times da Série A e B, mas no momento não achei interessante aceitar. Também recebi outros convites nesse mês. Quando surgiu a proposta do Bahia pensei com carinho. Dentro do que planejava para 2011, eu pensava em uma equipe para trabalhar o ano inteiro. O Bahia tem o Estadual, o Brasileiro e a Copa do Brasil. Além do mais, acabou sendo uma oportunidade de defender um clube com uma torcida maravilhosa. Tenho uma grande oportunidade para alavancar a minha carreira na próxima temporada e farei de tudo para levar o Bahia no lugar mais alto nas competições.

A imagem ligada ao Flamengo o incomoda? Acha que é uma boa oportunidade para acabar com isso? O Renato Gaúcho também foi para o Bahia, quando muitos falavam que ele não deixaria o Rio de Janeiro.
Ainda estou no início de carreira e sempre aparecem algumas pessoas que dizem isso. Sou criado na Gávea, tive momentos importantes como jogador e passei cinco meses como treinador do profissional do Flamengo, mas não acho que minha imagem esteja presa ao clube. Também fui técnico da Seleção Brasileira Sub-20 e as pessoas as vezes esquecem.

Guarda mágoas de alguém no Flamengo?
Não, mas acho que poderia ter continuado no clube. Na época, o Flamengo vivia um momento conturbado e sobrou para o técnico. Não tive uma blindagem da diretoria e acabei sofrendo com isso, mas espero voltar um dia e realizar meu trabalho.

Você conquistou muitos títulos como jogador. Isso pode ajudar na sua carreira como técnico ou não interfere?
Tenho muito respeito pelos treinadores que não estiveram dentro de campo. Nos bastidores, existe uma eterna discussão sobre isso, mas não é por ai. Tem espaço para os dois. Tive privilégio de trabalhar com técnicos que não foram jogadores e são maravilhosos. O Paulo Autuori é um bom exemplo.

Desses técnicos que você trabalhou, teve algum que te influencia na forma de agir?
Seria uma injustiça citar um nome, pois cada um tem sua personalidade. Posso dizer que o Telê Santana, que me levou para o profissional, e o Ênio Andrade foram os que mais me marcaram. O Telê pelo jogo bonito dos times, mas sempre com competitividade. O Ênio tinha uma capacidade grande de visão de jogo e fazia substituições precisas.

Está levando uma comissão inteira ou vai aproveitar os profissionais que lá estão?
Estou levando alguns de confiança e outros serão do próprio clube. O Toninho Oliveira (preparador físico) e o Eduardo Souza (auxiliar técnico) estão chegando comigo. Ainda teremos um outro preparador físico e o treinador de goleiros também já é do Bahia. É preciso valoriza-los pelo que conquistam em 2010.

Muitas especulações acontecem nessa época de ano. Já houve conversas com a diretoria do Bahia sobre reforços para 2011?
Sabemos que é um período de muita especulação mesmo. Da mesma forma que jogadores podem sair, estamos pensando em reforços. Vi alguns jogos do Bahia na Série B e gostei bastante da qualidade do grupo. Ainda não conversei com o Paulo Angioni (diretor de futebol) para analisar as possibilidades. Conheço jogadores de qualidades que não estão sendo aproveitados nos clubes, mas não posso adiantar nada.

A ausência da Fonte Nova diminui um pouco essa alegria por trabalhar no Bahia?
Acho que não. O estádio de Pituaçu também é muito bom. Sabendo usar a nosso favor, teremos resultados positivos como aconteceu esse ano. A torcida do Bahia sabe disso e tenho certeza que irá nos apoiar em qualquer lugar que o time jogar.

Mesmo com a rivalidade, a queda do Vitória chega a ser ruim para o futebol baiano?
A principio, muita gente pode achar ruim. Não sei o que passa no Vitória para ter acontecido isso. A queda já ajudou muitos clubes, que voltaram fortes e hoje disputam grandes competições. Tenho que me preocupar com o Bahia. Existe a rivalidade, mas é preciso se respeitar isso. Quero conquistar o Estadual, que o clube não ganha faz tempo.

Tem alguma lembrança marcante dos confrontos contra o Bahia?
Sempre foi difícil jogar contra o Bahia. Lembro-me de um ponta chamado Naldinho, que corria demais. O Piá (lateral) sempre me chamava atenção, pois ele era rápido. Tem uma coisa bem curiosa. Subi ao profissional do Flamengo no mesmo ano em que o Bahia conquistou o título do Campeonato Brasileiro. O ano de 1988 marcou muito para mim e também para o clube. Uma coincidência legal.

Quer deixar um recado aos torcedores?
É uma honra trabalhar no Bahia. Estão chegando profissionais com muita vontade de vencer. A torcida pode ter certeza que não faltará respeito e trabalho. Se algum de nós fosse mais importante, o escudo do clube não estaria na frente, mas atrás. Vamos fazer um Bhaia forte em 2011.

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