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Revista Placar: “Retorno do Bahia é o fato do ano”

Notícia
Historico
Publicada em 18 de dezembro de 2010 às 17:21 por Da Redação

Uma das chamadas de capa da Placar deste mês, a principal revista esportiva do Brasil, diz exatamente assim: “Bahia – por que o retorno à Série A é o fato do ano”. Leia abaixo o texto assinado por Felipe Zylbersztajn, mais uma bela homenagem neste final de ano ao Esquadrão:

“BORA BAÊA!

Depois de sete desgraçados anos, o glorioso Esporte Clube Bahia recupera seu posto na elite do futebol brasileiro. O acesso do Tricolor é o fato do ano

Treze de novembro. Anote aí. A mais nova efeméride futebolística. Data em que o gigante adormecido despertou sob o olhar das 32000 pessoas que lotavam o Pituaçu e, com passo firme, retornou ao seu lugar de origem. O velho Bahia está de volta à elite do futebol brasileiro para a felicidade de todos e alegria geral da nação (ok, os torcedores do Vitória talvez não estejam assim tão contentes). Depois de sete anos vagando por caminhos obscuros, o Tricolor de Aço deu cabo da braba sucessão de vicissitudes que o destino lhe impôs. E, com um 3 x 0 inquestionável em cima da Portuguesa, acabou com o martírio.

Os novos baianos podem finalmente se orgulhar de voltar a fazer morada no Olimpo da série A. O bicampeão brasileiro se realinhou com a constelação da Primeirona, e em torno do astro-rei da tradição revolverá outra vez, fazendo as pazes com o universo e restabelecendo a ordem natural do mundo da bola. Mas não foi nada fácil.

A trágica forma como caiu, em 2003, foi um prenúncio da maldição que se abateria nos anos seguintes: uma rasteira do Cruzeiro em forma de 7 x 0, na Fonte Nova, na última rodada.

No ano seguinte, a torcida fanática encheu os estádios para alcançar a melhor média de público do ano (entre séries A e B), mas não foi sufi ciente. O tricolor baiano amargaria outra temporada na Segundona antes de cair para a nefasta série C em 2005. Foram dois anos no porão ludopédico brasileiro, até que em 2007 mais de 60 000 pessoas lotaram a Fonte Nova para presenciar aquela que seria a primeira reação do gigante baiano. O time garantia a volta à série B, com um empate em 0 x 0 com o Vila Nova.

Deveria ser um dia de festa, não fosse o desabamento de parte da arquibancada, que matou sete pessoas. Um descalabro absurdo. Foram três temporadas de série B jogando fora de casa (primeiro em Feira de Santana, depois no estádio de Pituaçu, em Salvador) até a redenção em 13 de novembro de 2010.

Dois gols de Adriano, o Michael Jackson baiano, e um do capitão Nen selaram a vitória redentora sobre a Portuguesa no Pituaçu lotado.

Voltar à primeira divisão com as próprias pernas pode não signifi car muito para quem se orgulha dos títulos nacionais de 1959, em cima do Santos de Pelé, e de 1988, sobre o Internacional de Taffarel. Mas, dadas as circunstâncias, é feito épico (e olhe que nem falamos sobre os nove anos sem títulos estaduais). Coisa muito séria.

A festa, claro, varou a madrugada com os jogadores em cima de um trio elétrico. “Avisa lá, ô, ô, que o Tricolor voltou”. Coisa mais linda. “Muitas das crianças que nascerem neste fim de ano serão batizadas com os nomes dos jogadores do Bahia”, prevê Márcio Araújo, o técnico do esquadrão da volta. Que os deuses da bola permitam que eles possam crescer soltando o “Bora, Baêa!” por muitos anos nas arquibancadas da série A. Tá certo, meu rei?

*Colaborou Aurelio Nunes”

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