René Simões minimiza derrota, mas cobra reforços

Apesar do tropeço por 4 a 2 para o Bragantino, nesta sexta-feira, no segundo jogo-treino da preparação rumo ao Campeonato Brasileiro, o técnico René Simões disse não ter ficado preocupado com o resultado. Problema, segundo ele, foi a forma como os gols do rival saíram, além da demora na contratação de novos jogadores pelo Esquadrão de Aço.

Confira a transcrição da interessante entrevista coletiva do treinador, realizada ainda em Águas de Lindoia-SP, em que são abordados esses e outros assuntos de curiosidade da torcida:

Análise do jogo
“Achei excelente. Não gostei do resultado, mas como teste foi muito bom. Pegamos uma equipe que se arma muito parecida com o América-MG (adversário da estreia, sábado que vem), com três zagueiros e dois alas, então foi bom. Até os 30min, nós tínhamos o jogo controlado, faltou um pouquinho mais de vontade de fazer o gol. Por várias vezes chegamos lá e, em vez de chutar, transferimos (a responsabilidade).

Depois, fizeram o primeiro gol da forma como fizeram, e ali deu uma balançada no nosso time, e depois os outro gols, fruto de falhas extremamente individuais, então temos que corrigir isso. Mas, no geral, a gente sabia que ia ser difícil, porque viemos de uma semana extremamente intensa. Jogamos na quarta-feira, treinamos forte na quinta (véspera), e não preparamos a equipe como normalmente você prepara para um jogo, preparamos para um treino. Para um jogo você dá 48 horas de atividades bem lentas para eles, antes. Nós, não”.

Chances perdidas
“Ruim é o placar, né. O torcedor vê e se assuta. Pô, perdeu de quatro? Mas era um time (Bragantino) que veio jogar, descansou na véspera… já a gente tava em outro processo de trabalho. Enquanto as pernas estiveram frescas, tivemos boas triangulações e vários jogadores apareceram em frente ao goleiro, como o Ávine, o Lulinha, o Souza, o Marcone… o Camacho chutou, o Jobson também. Isso foi muito bom nesses 30 minutos iniciais. Eles quase não chegaram”.

Pontos negativos
“Tomar o gol da forma como tomamos o primeiro e o segundo, e aí foi desencadeando um certo nervosismo na equipe, o que é bom, para a gente ver isso hoje e corrigir. Não adianta tomar gol e ficar nervoso. Tem que jogar. Mas volto a frisar: embora o placar tenha sido alto e não tenhamos gostado, foi um treino”.

De novo, bola aérea
“Se você pegar os gols de São Paulo x Avaí, você vai ver gols de cabeça, né. Se você pegar os dois gols que o Flamengo tomou (contra o Ceará), os dois foram de bola aérea. É uma arma que se tem, só que a gente não tá usando essa arma e ela tá sendo mortal para a gente, então vamo continuar trabalhando isso. Essa de agora foi em um momento de uma troca, um jogador demorou a encaixar lá, então o encaixe tem que ser muito rapido”.

Preocupação?
“Com o jogo, não. Tô preocupado só com a forma como os gols aconteceram. O torcedor lá só vai saber que perdeu de 4 a 2, não vai saber o que fizemos na quarta, na quinta e na sexta, que não se fez uma rotina preparatória para um jogo. Fiquei incomodado com a repetição: novamente, bola parada, mas agora foi bem claro o que aconteceu ali. Foi o encaixe de um jogador que demorou a retornar para a posição e tirou quem tava encaixado, e o gol aconteceu exatamente ali.”

Imbróglio com Jobson
“Não é só isso, não é só o Jobson… as outras contratações também. O Paulo (Angioni, gestor de futebol do Bahia) tá trabalhando muito forte para isso, e a gente já queria ter alguns aqui, esperava que alguns chegassem em Águas de Lindoia. Lamentavelmente, não ocorreram nem correram da forma que a gente esperava. Então, preocupa as duas coisas”.

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