Esquadrão no Morumbi: 10 razões para acreditar

Se na semana passada a campanha “SOS RIO – Parte II”, brincadeira aproveitando o retorno do Bahia à Cidade Maravilhosa, palco da primeira reação tricolor no campeonato, bateu na trave graças ao árbitro Sandro Meira Ricci (DF) –que ignorou a falta sobre o goleiro Marcelo Lomba no gol de empate do Vasco, já quase aos 50 minutos do segundo tempo–, agora é a hora de se voltar para o triunfo em cima do São Paulo, nesta quinta-feira, às 21 horas, em pleno Morumbi.

Embora o adversário seja o terceiro colocado na tabela, enquanto o Esquadrão apareça apenas em 13º, com dez pontos a menos, razões não faltam para acreditar. Senão, vejamos:

1) O São Paulo é freguês. Nos último oito confrontos, o Bahia ganhou cinco, empatou dois
e só perdeu um –há 15 anos, em agosto de 1996. Mesmo nas temporadas em que fomos rebaixados (1997 e 2003), limitados times tricolores conseguiram vencer. Em toda a história, foram nove triunfos do Esquadrão, sete do oponente e oito empates, desde 1968.

2) O São Paulo tem campanha pior dentro de casa do que fora. Diante de sua torcida, já perdeu para o Botafogo e o Vasco –exatamente na última rodada. E, no duelo anterior no estádio, ficou no empate (2 a 2) com o Atlético-GO, atrás na classificação em relação ao Ticolor.

3) Já o Bahia tem campanha melhor fora do que dentro. Apesar de ter despachado o Figueirense em Pituaço no domingo, soma 8 de seus 15 pontos como visitante, condição em que superou Fluminense, o atual campeão brasileiro, e o Atlético-PR, rival antes jamais batido pelo clube.

4) A citada brocada no Figueira, aliás, dá ânimo inédito aos jogadores, que aliviaram a pressão do jejum em Salvador e vão para a viagem querendo consolidar o novo momento azul, vermelho e branco, que não perde desde o injusto 2 a 1 do Cruzeiro, em Minas, há quatro partidas.

5) Tal reabilitação deve provocar mais uma verdadeira invasão da torcida no Morumbi, que na despedida da Série B passada recebeu quase 5 mil tricolores. Caravanas de baianos se juntarão à gigantesca colônia já existente na maior cidade do país. E, na contramão disso tudo, os são-paulinos parecem decepcionados com o time, que não vence há dois jogos em casa.

6) As maiores broncas são para o técnico Adilson Batista, que só comandou o clube três vezes, e foi justamente o treinador que o Bahia já derrubou neste Nacional, quando dirigia o Atlético-PR.

7) De quebra, o árbitro sorteado para o embate –o gaúcho Marcio Chagas da Silva– tem apitado recentes tropeços são-paulinos como a incrível virada sofrida para o Avaí, que eliminou uma então toda-poderosa equipe nas quartas de final da Copa do Brasil. Há cerca de um mês, ele esteve na derrota para o Flamengo, no Rio de Janeiro, pelo Brasileirão. Enquanto isso, deu “sorte” ao Bahia no jogo que praticamente nos deu o acesso em 2010, o angustiante triunfo de 1 a 0, gol de Jael, ante o América-MG, em Sete Lagoas, na Arena do Jacaré.

8) Falando no ano passado, aliás, o território paulista foi responsável por sediar dois resultados-chave para a subida tricolor, contra concorrentes diretos e na época “imbatíveis”: Portuguesa e Ponte Preta. Após o primeiro, o Bahia entrou no G-4 para nunca mais sair. Depois do segundo, assumiu a liderança do torneio e causou comoção no aeroporto soteropolitano.

9) O São Paulo perdeu um de seus zagueiros titulares, Xandão, que havia atuado em todas as rodada, e agora pode terminar improvisando um garoto de 17 anos –o volante Rodrigo Caio, que estrou nos 5 a 0 sofridos para o Corinthians no Pacaembu– porque só tem Rhodolfo e outro jovem, Luiz Eduardo, para o setor. Por outro lado, nosso Jobson está ansioso para calar as críticas recebidas no domingo, jogar velocidade para cima deles e voltar a brilhar, aproveitando que o resultado de seu julgamento foi adiado em um mês. Ah, e exceção feita a Jancarlos na lateral direita, mas que tem ficado fora ultimamente, todas as peças estão à disposição.

10) Finalmente, somos o Bahia, o primeiro campeão brasileiro, cuja segunda estrela passou a ganhar contornos definitivos exatamente graças a um triunfo sobre o São Paulo no Morumbi, em 22 de outubro de 1988, gols de Bobô e Zé Carlos (relembre a bomba do camisa 10 abaixo… e os elogios do comentarista Juca Kfouri, então na Rede Globo). Ainda era fase de classificação. Mas foi quando o país parou para observar melhor os comandados de Evaristo de Macedo –que na semana passada, antes do empate em São Januário, compareceu por conta própria ao hotel tricolor e prestou apoio e palavras de incentivo ao grupo de René Simões. BBMP!

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