Meu primeiro pensamento é voltar ao cenário e depois me tornar ídolo do clube, assim Jéferson, meio-campista contratado pelo Tricolor, iniciou uma entrevista por telefone com Daniel Dórea, do jornal A Tarde. O brasileiense elogiou a torcida, disse que gosta de jogar com estádio cheio e conta um pouco das dificuldades no início da sua carreira. Leia:
Seu empresário disse que, desde que surgiu a proposta, você só pensava no Bahia. Por que este encantamento?
Acompanhei alguns jogos do Bahia no ano passado e gostei muito da torcida. Uma torcida de massa, apaixonada. Quando você joga para essas pessoas, é muito mais gostoso. Dá mais ânimo.
Tem jogador que treme…
É verdade. Tem muito jogador que não gosta, mas eu gosto. Senti muita falta disso quando saí pra jogar nos Estados Unidos.
O contrato acordado é longo, de três anos. Qual sua meta ao fazer esta escolha?
É muito importante para a carreira de um jogador ser querido pela torcida de um time como o Bahia. Meu primeiro pensamento é voltar ao cenário e depois me tornar ídolo do clube. Agora, para conseguir isso, é necessário ter conquistas. O que marca mesmo é título.
E Joel Santana, o que você sabe sobre ele?
Joguei muito contra e, no início da carreira, trabalhei uns dois meses com ele quando ainda estava subindo da base do Brasiliense. Isso marcou muito minha vida. As coisas que ele falava nas preleções para jogadores como Iranildo, Marcelinho… Eram sempre muito engraçadas e, com esse jeito paizão, conquistava todo mundo. Chamava o jogador para o seu lado.
Conhece alguém do elenco do Bahia? O que te passaram sobre o clube?
Falei com o Tiago (goleiro), que jogou aí em 2011. Ele me disse que Salvador é um lugar tranquilo de se morar e o Bahia tem uma boa torcida e uma excelente estrutura.
O clube ainda está devendo o salário de novembro dos funcionários. Já está sabendo?
Não. Claro que o atleta, como qualquer trabalhador, quer receber em dia, mas essa coisa de atrasar um mês é até normal. O Vasco, normalmente, pagava em dia. Às vezes atrasava um pouco.
Como foi o início da sua trajetória no futebol?
Comecei a jogar bola novo, mas tive que abandonar o sonho aos 16 anos. Minha família era muito humilde e eu tive que ajudar meu pai. Fui pra padaria e aprendi a fazer salgados, pão de queijo. Só depois, com 18 anos, assinei meu primeiro contrato profissional com o Brasiliense e comecei a receber salário. Aí, pude ajudar mais ainda minha família.
E você era bom na cozinha?
Vendia bem, viu? Até hoje eu me arrisco e faço sucesso.
No Rio, dizem que você é bom jogador, mas não decide…
Isso vai de cada um. Cada um tem uma maneira de pensar. No Vasco, tive uma série de lesões que me atrapalharam e não pude repetir o futebol de 2008, que fez o clube investir em mim. Para mudar isso, só jogando bola.
Você acha que, em time grande, o nome conta muito?
Com certeza. Os jogadores são contratados com altos salários e chegam pra resolver. Por isso, a gente que vem de baixo perde espaço.
Chama a atenção na sua passagem pelos Estados Unidos é o fato de você não ter marcado nenhum gol.
A adaptação foi complicada. O modo que os americanos jogam é muito diferente. Lá não existe um-dois (tabela com toques de primeira entre dois jogadores). Tem muita bola alçada e o meio-campo é congestionado. Fica difícil encontrar espaço.
Pelo quê o Bahia briga nesta temporada?
Com o time que está se formando, a gente tem que ganhar o Estadual e lutar pelo título da Sul-Americana e da Copa do Brasil. O Brasileiro é muito difícil, imprevisível.
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