Com mais de duas horas de atraso, o técnico Joel Santana deu a sua última entrevista no CT, quando chegou ao ponto de negar ter iniciado as conversas com o Flamengo antes da demissão de Vanderlei Luxemburgo. Ao chegar, disse que levaria a bandeira do Bahia que fica acima da mesa da coletiva para se lembrar do clube: “Vim me despedir como agradecimento”. Confira as principais frases do treinador, cujo celular tocou nada menos que seis vezes enquanto falava…:
“Quero deixar claro meu agradecimento ao presidente por todo o apoio. Jantei com o presidente ontem, ele foi um gentleman. Queria que eu ficasse, mas ele entende o que eu estava fazendo. Queria agradecer a torcida pelo apoio nesta longa jornada”.
“A Patrícia Amorim (presidente do Fla) não tem nem meu telefone, mas existe o convite. Ainda não sei quando assumo lá, precisamos ver. Não estou me despedindo, é um até logo. É a quinta vez que estou voltando ao Flamengo. Eles têm o mesmo carinho”.
“Isso é o momento do futebol. Estou indo, mas posso voltar. Nada vai separar a paixão que nós temos. Nada vai acabar o meu carinho com o Bahia. O mundo do futebol muda a todo momento. Estou indo lá para uma missão. Mas, se não der certo, quem sabe, o Bahia quiser, e eu estiver disponível, eu volto”.
“O que me levou para lá é questão particular. Se amanhã a BBC de Londres te convida pra cumprir uma missão, você pode estar bem aqui, mas algo pode tentar voce a ir. Isso aconteceu ontem. Na quarta-feira, nao existia nada. Esse `todo mundo já sabia´ não existia”.
“Eu só conversei com as pessoas do Flamengo quando o Luxemburgo não estava mais no cargo. Conheço o Luxemburgo desde a Arábia. Ele não era nem treinador. O Melo, preparador do Luxembrugo, é como um irmão pra mim. O que aconteceu foi ontem. Me ligaram e pediram”.
Eu estava com a cabeça em outra coisa, cara (sobre ter tratado mal a imprensa na quarta). Estava no jogo. Eu já havia passado por isso. A torcida fez a maior festa, eu não tinha condições de comandar o time (relembrando Fla 0x3 América do México, pela Libertadores-2008)”.
“O nome do Flamengo não pesou. O Bahia é do mesmo tamanho. Minha gratidão pelo Bahia é de quando eu nao era ninguém. O Bahia dá sorte na minha vida. Todas as vezes em que eu cheguei aqui, as coisas mudaram. Ontem era um dia diferente. Era um dia de Yemanjá. A coisa mudou. A minha vida é de cigano. Eu vou andando como a vida se apresenta”.
“Com esse grupo, o Bahia vai longe. As coisas aqui estão acontecendo. Não tive nenhum tipo de problema aqui. Problema de horário, de nada. Estou deixando o Bahia porque a vida é assim. A vida muda a qualquer momento”.
“Onde eu chego meu império ta montado (sobre agora comandar Ronaldinho). Ele pode não ter trabalhado comigo ainda, mas ele já ouviu falar. Ele é que vai decidir pra mim. Não vou pro Flamengo criar problema. O maior desafio no Flamengo é ganhar”.
“As coisas aqui no Bahia estão mais perto de acertar. Esse vai ser um campeonato dificil, mas o time está perto de acertar. Quem chegar, tem que deixar esse grupo motivado”.
“Não sei. Para de fazer pergunta dificil (sobre se o gestor Paulo Angioni também vai para o Rio)”.
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