Com a incorporação do Bahia ao Grupo City, muitas dúvidas são levantadas sobre como funcionam as operações do Esquadrão no quesito contratações, em especial quando negócios são feitos com outros clubes que fazem parte do conglomerado árabe.
Durante a entrevista ao podcast Futebol S/A, o diretor de futebol, Cadu Santoro, deu detalhes sobre o funcionamento e a autonomia de cada clube e como jogadores vêm ou podem sair do Bahia para equipes parceiras.
De acordo com o dirigente tricolor, não há imposição por parte da “matriz” de Manchester.
“Cada clube tem a sua operação, seu Diretor de Futebol, CEO e toda a sua estrutura. Em Manchester, existe um escritório central onde as decisões são discutidas, porém cada clube tem autonomia para tomar sua decisão local. A decisão não vem de lá para cá, é uma decisão não imposta”.
Santoro também deu exemplo sobre como os jogadores são contratados pelo Bahia, sejam eles de equipes do Grupo ou não.
Ele citou que o valor pago pelo Bahia, por sua vez, tem sempre a opinião do escritório de Manchester, para a definição de até quanto faz sentido pagar para ter um atleta.
“Como exemplo, se o Bahia vende um jogador por 2 milhões de dólares e depois de três anos, entendemos que o valor dele caiu e o clube pede um preço maior, para nós não faz o menor sentido, por mais que eu entenda o que o jogador vai me entregar, mas o negócio como um todo. Quando avaliamos com o escritório central, qual é o valuation que o Grupo City faz desse jogador, você chega a um denominador de que não faz sentido por esse valor”, disse.
Apesar de não ter sido citado por Santoro, o meia-atacante Tiago Palacios, ex-Montevideo City Torque, é um exemplo da autonomia que cada clube possui para negociar seus jogadores.
O Bahia tentou a contratação do jogador uruguaio entre dezembro e janeiro. Como parceiro, o Esquadrão tinha a “preferência” no negócio, mas a equipe uruguaia fechou negociação com o Estudiantes, da Argentina.
Implementação de processos do Grupo City no Bahia
“Manchester tem essa operação global, e eu tenho reuniões semanais com diferentes áreas, mas as decisões são locais. O importante é que quando falamos sobre multiclubes, temos como responsabilidade implementar os processos em que todos utilizam os mesmos, por exemplo quando um jogador sofre uma lesão, o protocolo do que esse jogador vai fazer, tempo de recuperação. Mudamos a clínica onde fazemos ressonâncias, porque precisa agora ser feita com a classificação britânica e antes o Bahia não utilizava. São detalhes que não são vistos no dia-a-dia. Ainda não temos os mesmos equipamentos de Manchester, mas o protocolo é o mesmo. Os médicos daqui debatem com os médicos de lá, há intercâmbios. Isso acontece o tempo inteiro. Tem as reuniões de scouts, a reunião de médicos… Olhamos para o resultado, que é importante e fundamental, mas a quantidade de processos que implementamos no ano zero, são coisas que vamos vendo mais a longo prazo”.
“O Bahia hoje, dentro do multiclubes, não só o futebol, mas RH, TI, marketing, está totalmente implementado ao Grupo City. Todos os diretos, o Raul como CEO, todos têm uma linha global”, finalizou Santoro.
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